Resenha - Não Conte a Ninguém

Sinopse: "Jessica Hart nunca se esqueceu de Matthew Landley, o primeiro e único grande amor de sua vida. Juntos, eles se entregaram a um romance proibido, capaz de curar as mais profundas feridas e, ao mesmo tempo, arruinar suas vidas por completo. Dezessete anos depois, Matthew e Jessica se reencontram por acaso. Ele tem um novo nome, uma nova identidade e uma família que nada sabe sobre o seu passado sombrio. Ela, uma carreira de sucesso, um namorado lindo e uma vida aparentemente equilibrada. Apesar de completamente mudados, os dois não conseguirão mais ignorar os laços e o segredo que ainda os unem. Prepare-se para questionar as suas próprias regras com esta história inquietante, provocativa e absolutamente viciante."
Jess é uma mulher independe, com uma boa vida e com um namorado “perfeito”. Porém, ela nunca esqueceu seu primeiro amor, Matthew, e mesmo sem o ver há 17 anos, seu coração balança sempre que lembra dele. 

Um dia, Jess pensa ter visto Matthew e sai atrás do fantasma do seu passado. Quando pensa ter perdido de vista, um acaso faz com que eles se encontrem e ela encontra seu grande amor, que agora está casado, com uma família, uma nova identidade e uma aparência muito diferente. 

Os dois começam a se aproximar e o conflito de sentimentos envolvidos faz com que muito do que sentiam no passado floresça novamente e mesmo sabendo que um novo romance seria errado, eles não conseguem se afastar a intensidade do sentimento que sentem um pelo outro.

"Eu me vi pensando em como algo tão errado podia parecer tão certo. Aquilo me deixou quase com raiva. Como se outras pessoas estivessem estabelecendo todas as regras e os envolvidos na situação não pudessem dizer nada."
O livro é sobre um romance impossível. Nos faz questionar alguns pontos importantes socialmente e nos vemos torcendo por quem não deveríamos, porque o livro nos mostra muito além da superfície e sim os sentimentos profundos dos personagens. 

Além da questão ética envolvida, há também a diferença de idade entre eles; Apesar de não achar tão grande, quando começam o relacionamento parece que é ainda maior pela idade inicial dos personagens, já que a Jess é uma adolescente. Porém, quando os anos se passam e os dois estão na idade adulta, o fator idade não faz mais tanta diferença. Entretanto, outros pontos entram como empecilho para o relacionamento acontecer.

A história é narrada em terceira e primeira pessoa e os capítulos vão do presente ao passado, narrado no presente por Jess e no passado por Matthew, explicando como tudo começou até chegar ao presente. Como a maior parte do livro é no momento atual, sabemos que logo de início que algo sério acontece, então ficamos na expectativa esperando os capítulos em que os personagens contam como acontece e quais personagens são envolvidos no evento fatídico e que muda a vida deles completamente. 

Os personagens são carregados de emoção e sentimento. Jess é uma mulher que cresce sem afeto materno. Ela tem uma melhor amiga que é a pessoa mais próxima, um namorado que ela realmente não ama e não tem um bom relacionamento com sua irmã de sangue desde a morte da mãe. Jess é uma personagem sem muitos laços.

Matthew é um homem normal, sabe o que é certo e errado, mas mesmo sabendo que algumas atitudes não são corretas, ele não consegue controlar, tanto no passado quanto no presente. Mas conseguimos ver que muitos dos seus atos não são de maldade, são por sentimentos, e isso o torna um personagem muito humano.

A interação dos personagens nos faz torcer pelo relacionamento deles, é possível notar que eles se amam de verdade, apesar de tudo que os envolvem. Muitos fatores significativos existem para que esse relacionamento não exista, mas somos envolvidos nos sentimentos e que ambos são conscientes dos seus atos e das consequências que é impossível não torcer. Eles só se envolvem sempre no momento errado.

Sobre o desenvolver da história, alguns pontos acho desnecessário e fazem a narrativa perder um pouco o ritmo, mas a vontade de descobrir o desenrolar da história é grande, o que nos força a continuar e o final é uma mistura de surpreendente, frustrante, daqueles que dão raiva, mas que a gente no fundo compreende e concorda levemente.

Não conte a ninguém - Rebecca Done
Editora Paralela
400 páginas
Nota 4

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