Resenha - Mulher Gato: Ladra de Almas

Sinopse: "No passado, Selina Kyle vivia no submundo de Gotham, cometendo pequenos delitos para sustentar a família. Quando a mãe a abandona, a jovem precisa tomar uma difícil decisão e entrega a irmã nas mãos de um casal que poderia cuidar bem melhor dela, longe da pobreza. Dois anos depois, Selina retorna como a rica e misteriosa Holly Vanderhees. O que a trouxe de volta à cidade? E o que vai aprontar agora que tem como parceiras Arlequina e Hera Venenosa? Com Batman fora em uma missão vital, Luke Fox quer provar que pode ajudar os habitantes de Gotham usando o disfarce de Batwing. Seu alvo é uma nova gatuna que se uniu às duas rainhas do crime. Juntas, as três instauram o caos. Em meio a um jogo de segredos, mentiras e furtos, Selina se engalfinha à noite com Batwing, e se enrosca de dia com Luke Fox. Em uma trama que vai roubar o fôlego dos leitores, Sarah J. Maas mostra os primeiros momentos da ardilosa Mulher-Gato como uma das anti-heroínas mais ambíguas e amadas do mundo."
Selina Kyle era apenas uma menina quando foi abandonada pela mãe - afundada no mundo das drogas - e precisou tornar-se responsável por sua irmã mais nova, que sofria de uma grave doença.

Sendo uma exímia ginasta e lutadora, a forma de Selina de ganhar dinheiro era em lutas clandestinas. Em muitas noites, ela disputava embates corpo a corpo com oponentes muitas vezes bem maiores do que ela, mas mesmo assim a jovem nunca perdeu uma luta. Por fazer parte do grupo das Leopardas, a cada vitória ela recebia a tatuagem de uma pinta, logo sendo apelidada de Mulher Gato.

O problema começa quando uma assistente social aparece à porta de Selina para levar Maggie para um abrigo, tendo em vista sua condição. Selina tenta resistir e parte para o ataque, mas acaba sendo rendida e presa. E é na cadeia que sua vida muda para sempre, quando uma proposta irrecusável surge em seu caminho.

Anos depois, Selina está de volta a Gotham, sob a identidade da patricinha egocêntrica Holly Vanderhees. Aos poucos, através de flashbacks, vamos sabendo o que aconteceu com Selina enquanto treinava com a Liga dos Assassinos, mas o grande mistério é porque ela retornou a Gotham depois de tanto tempo.

Do outro lado dessa história, iremos conhecer Luke Fox, o Batwing. Luke é o filho milionário do CEO das indústrias Wayne e braço direito de Batman na cidade. Quando o homem morcego sai de cena para uma importante missão, é responsabilidade de Batwing manter Gotham em segurança.

Eis então que Batwing depara-se com a misteriosa Mulher Gato, que é extremamente habilidosa em seus furtos e parece estar sempre três passos à sua frente. O herói já estava acostumado com os vilões de Gotham, mas essa nova meliante pode ser um grande problema, ainda mais depois que ela se alia às já conhecidas Hera Venenosa e Arlequina.

Sem saber quem está por baixo da máscara um do outro, Mulher Gato e Batwing se tornam rivais em uma dança exótica pelo controle da cidade. Estarão os dois preparados para os rumos tomados após estes acontecimentos? E, principalmente, para a atração inegável que rola entre eles?

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!

***

Sarah J. Maas é com certeza uma das minhas autoras favoritas e é meu dever e obrigação ler tudo que ela escreve. Eu já estava bem decepcionado com essa série Lendas da DC, tendo em vista que os dois primeiros livros foram aquém do que eu esperava. Contudo, resolvi dar uma chance para Mulher Gato, já que ela é uma das minhas personagens favoritas, e devo dizer que não me arrependi.

A escrita de Sarah é leve, fluida e envolvente. Eu estava com certo receio deste livro e comecei a ler sem pretensão. Quando percebi, já estava completamente imerso na trama e sem conseguir largar o livro. Após um período de ressaca literária sem fim, finalizar um livro em uma sentada foi algo maravilhoso.

A narrativa é feita em terceira pessoa, alternando entre as perspectivas de Batwing e Mulher Gato. Gostei muito deste estilo de narrativa, porque assim pude acompanhar os dois lados da mesma batalha e foi uma experiência sensacional. Dessa forma, a autora conseguiu mostrar como a Mulher Gato é ótima no que faz, sempre preparada pra todo tipo de ação.

Devo dizer que Mulher Gato me surpreendeu muito por apresentar um lado mais humano de Selina Kyle, que é sempre apresentada como uma vilã ardilosa e sem coração. Seu passado triste, tendo que enfrentar inúmeros problemas para manter a irmã viva, esquecendo muitas vezes de si mesma, me fez criar uma empatia com a moça por trás da máscara felina que antes eu não tinha.

A tensão sexual existente entre os personagens principais também foi um ponto alto do livro. Seja eles como Luke e Holly ou como Mulher Gato e Batwing... Toda vez que eles se encontravam a tensão era palpável e Maas sabia exatamente como descrevê-la e jogar com ela, de forma a deixar o leitor interessado.

Outro ponto positivo foi que Sarah investiu na diversidade sexual e étnica, algo pelo qual ela era bem criticada por seus leitores. Além de inserir um protagonista negro, a autora também deu ênfase a paixão entre Arlequina e Hera Venenosa, um ship que muitos fãs de quadrinhos alimentam. Também não posso deixar de citar aqui a importância do girl power, por mais que isso seja sempre abordado por Sarah.

Mas meu elogio maior se dá, como sempre, às reviravoltas que Sarah J. insere em seus livros. Você passa boa parte do livro tendo certeza que está sendo guiado em uma direção e chegará a um final esperado, mas então ela dá uma guinada para a esquerda (porque direita nunca, 2bjs) e muda completamente suas convicções e o rumo da história. Aqui não foi diferente e amei demais isso.

Em suma, Mulher Gato: Ladra de Almas é um livro sensacional, de longe o melhor da série até agora, e só me faz ter certeza que Sarah J. Maas é a rainha do mundo. Obrigado, editora Arqueiro, por trazer esse livro para o Brasil e me encantar ainda mais com essa autora e essa personagem. E aos leitores do blog, deixo minha recomendação. Vale muito a pena esta leitura.

Mulher Gato: Ladra de Almas
Sarah J. Maas
Livro 03
Série Lendas da DC
Editora Arqueiro
352 páginas
Nota: 05

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