Resenha - Tash & Tolstói

Sinopse: "Natasha Zelenka é apaixonada por filmes antigos, livros clássicos e pelo escritor russo Liev Tolstói. Tanto que Famílias Infelizes, a websérie que a garota produz no YouTube com Jack, sua melhor amiga, é uma adaptação moderna de Anna Kariênina. Quando o canal viraliza da noite para o dia, a súbita fama rende milhares de seguidores — e, para surpresa de todos, uma indicação à Tuba Dourada, o Oscar das webséries. Esse evento é a grande chance de Tash conhecer pessoalmente Thom, um youtuber de quem sempre foi a fim. Agora, só falta criar coragem para contar a ele que é uma assexual romântica — ou seja, ela se interessa romanticamente por garotos, mas não sente atração sexual por eles. O que Tash mais gostaria de saber é: o que Tolstói faria?"
Natasha Zelenka é completamente apaixonada pelas histórias de Liev Tolstói, o renomado autor de clássicos como Guerra & Paz e Anna Kariênina. Ela acha que o homem é um gênio e se identifica com vários aspectos de sua vida e personalidade. Por conta disso, Tash resolveu criar uma websérie, inspirada em Anna Kariênina.

Famílias Infelizes é uma adaptação moderna do clássico de Tolstói e traz todo o contexto do livro para os dias de hoje. Ao lado de sua melhor amiga, Jack, Tash escreve os roteiros dos episódios, edita e sobe para o YouTube, além de manter um vlog, chamado Chá com Tash, para falar sobre suas paixões. O canal não é muito popular, mas as duas fazem o que gostam e não ligam muito para as poucas visualizações.

Contudo, uma youtuber muito famosa chamada Taylor Mears divulga Famílias Infelizes em seu próprio canal e, do dia para a noite, a websérie estoura na internet. Mais de 40 mil novos inscritos e as visualizações indo para as alturas. O sonho de Tash de ver o projeto crescer está finalmente acontecendo, mas estará ela preparada para lidar com isso?


Além do estouro do canal, Tash tem outras preocupações. A irmã, Klaudie, vai para a faculdade no outono e parece não querer mais a companhia dela, aproveitando o verão com suas amigas e fazendo projetos secretos. E ainda tem a troca de mensagens com o youtuber Thom, que passaram de e-mail para celular e estão tomando tom de flerte. Não era bem a intenção, mas os dois estão se paquerando.

A grande questão é que Tash é uma assexual heterorromântica. Ela gosta de flertar com meninos e que eles se sintam atraídos por ela, porém, não rola aquela atração sexual, aquela vontade de beijar e ir para a cama com eles, como todas as outras garotas que ela conhece têm.

Quando Famílias Infelizes é indicada para a Tuba Dourada, o maior prêmio para webséries, Tash terá a chance de encontrar Thom pessoalmente pela primeira vez. Mas estará ela preparada para isso? Paquerar por mensagem é uma coisa, mas e se Thom quiser algo a mais com ela? Como lidar?

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!

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Quando a Seguinte anunciou o lançamento de Tash e Tolstói, confesso que não me atraiu muito. Resolvi dar uma pesquisada sobre a obra, e o fato de abordar a assexualidade, que é um tema pouco comentado, me intrigou bastante. Então, quando a editora ofereceu a prova antecipada, resolvi me arriscar. E devo dizer que valeu a pena.

A escrita de Kathryn Ormsbee é leve e bastante fluida, mas confesso que demorei um pouco a entrar no ritmo do livro. Já fazia algum tempo que não lia obras do gênero YA contemporâneo e me deparar com uma trama nesse estilo foi como uma novidade. Porém, depois que me reacostumei, foi tudo tranquilo e a obra até que me agradou.

A narrativa é feita em primeira pessoa, sob a perspectiva de Tash. Gostei bastante da personagem e me identifiquei muito com algumas de suas atitudes. Tash é aquele tipo de pessoa que gosta de ter sempre o controle da situação e faz planilhas no Excel para tudo. Quer dizer, quem nunca? Não é? Hahaha!

A questão da assexualidade foi bem abordada, mas fiquei com algumas dúvidas que não consegui saciar. É triste ver que mesmo na internet essa orientação não é muito abordada e poucos conhecem sua existência. Precisamos debater mais o assunto e desconstruir esse tabu que o rodeia.

O final do livro foi um tanto previsível, mas gostei da forma como Ormsbee desenvolveu tudo e fechou as tramas. Não tenho muito a dizer sobre a edição física, já que li a prova antecipada, mas estou bem curioso para ver como ficou a versão final do livro. A editora Seguinte sempre arrasa em suas publicações.

Tash e Tolstói não é uma obra-prima como os livros do autor que leva no nome, mas é divertido e merece ser reconhecido. Sendo assim, deixo aqui minha recomendação para vocês. Espero que gostem da história!

Tash & Tolstói - Kathryn Ormsbee
Editora Seguinte
376 páginas
Nota: 4

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