Resenha - Half Way Home

Sinopse: "Quinhentos de nós foram enviados para colonizarem esse planeta. Apenas cinquenta ou quase isso sobreviveram. Nós acordamos quinze anos mais cedo, nós tivemos apenas metade do treinamento, e eles esperam que nós não apenas sobrevivamos... eles esperam que nós conquistemos esse lugar. O problema é: não é seguro aqui. Nós nem sequer estamos a salvo de nós mesmos."

Há apenas duas escolhas, como quando se joga uma moeda. Dentro ou fora. Um ou zero. Viável ou abortar.  

Porter abriu os olhos, contudo, as condições não pareciam favoráveis. Eles foram despertados 15 anos antes do previsto, o treinamento não fora concluído, eram apenas adolescentes e os módulos estavam em chamas. A Colônia pareceu ter optado por abortar. Todos deveriam estar mortos.

Mas não estavam, não ainda. Desnorteados, os poucos sobreviventes dos quinhentos que foram enviados para colonizarem aquele planeta iniciaram sua luta pela vida, fugindo do fogo. Após se reagruparem, Porter, assim como os demais, foi realocado para um grupo enquanto planejavam quais seriam seus próprios passos.

Eles perderam muitos, estavam em um mundo desconhecido, despreparados, porém, não se deixariam levar pelo desespero. Sobreviveriam. Ou ao menos tentariam, a nova vida seria mais difícil do que imaginado, principalmente quando perceberam que não estavam seguros até mesmo uns dos outros.

Querem saber o que acontece? Então corram para ler o livro!

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Hugh Howey, para quem não sabe, é o autor do meu livro favorito, Silo, e me tornei seu fã não só por isso, mas também porque me inspirei em sua trajetória de vida, já que Hugh iniciou na carreira de escritor publicando seus livros de maneira independente, assim como eu. Após se tornar um fenômeno de vendas da Amazon, ele nos mostrou que podemos sim chegar longe nessa profissão, basta lutarmos por isso. 

Desde que li Silo fiquei curioso para conhecer seus outros trabalhos, mas infelizmente não temos nenhuma outra obra de sua autoria publicada no Brasil fora a trilogia Silo - ainda não, pelo menos. Então fui atrás de seus outros lançamentos em inglês e me deparei com Half Way Home.

Foi amor à primeira vista, porque, fala sério, a capa desse livro é maravilhosa. Quando li a sinopse, então, fiquei mais ansioso ainda para lê-lo. Decidi não esperar para descobrir se a Intrínseca ou alguma outra Editora irá trazê-lo para o Brasil, portanto, resolvi ler em inglês mesmo.

A trama começa de tirar o fôlego e segue com reviravoltas ao longo dos capítulos, como é de se esperar de algo escrito pelo Hugh, no entanto, não consegui sentir a mesma emoção de quando li Silo. Na verdade, não passou nem perto disso. O que foi decepcionante para mim, contudo, tive o bom senso de frear as minhas impressões a tempo.

Todos nós sabemos o quanto é difícil não criar expectativas sobre os trabalhos seguintes de um autor que amamos tanto. Esperamos que a qualidade da escrita seja a mesma, ou melhor, em decorrência do ganho de experiência; e que nos apaixonemos pela história de mesmo modo como nas vezes anteriores. Todavia, devemos ter em mente de que não podemos cobrar e nem almejar por tramas parecidas, já que a complexidade de um universo desenvolvido é totalmente diferente do outro. 

Nesse sentido, fiz esse preâmbulo para dizer que o mundo de Half Way Home é muito menos multifacetado que o de Silo, e tem bem menos personagens e conflitos, então procurei me ater a isso para fazer um julgamento imparcial do texto.
 

Outro ponto que tenho certeza de que dificultou a minha experiência foi a linguagem. Li o livro em inglês, e até aí tudo bem, eu tenho uma boa compreensão do idioma, contudo, por se tratar de uma obra de ficção científica, há muitos termos técnicos nas páginas, marca registrada de Hugh, que adora se aprofundar em suas explicações. 

Então, estou certo de contribuiu para que eu não compreendesse em alguns casos o impacto que o autor quis passar em determinadas cenas, porque tinham palavras que, apesar de me situar no contexto, eu não consegui decifrar o significado e tive que recorrer ao dicionário.

Narrado em primeira pessoa, por Porter, um psicólogo de 15 anos - não, vocês não leram errado - que é um dos poucos sobreviventes de uma nave que foi enviada para colonizar um novo planeta, Half Way Home fala sobre tal expedição, que dá errada, e nos mostra a tentativa de sobrevivência dos colonizadores que não possuem o devido preparo para tanto. 

Isto foi algo que me frustrou um pouco também. Eu imaginava que fosse encontrar emoção constante no decorrer das páginas, como ocorreu em The 100 - a série - e, de fato, Half Way Home me lembrou muito Os Escolhidos, só achei mais parecido com a obra de Kass Morgan, que deu origem ao seriado.

Half Way Home é bastante estático, com muitos debates e os personagens presos a um local sem fazerem muita coisa. Quando a história finalmente andou me senti meio que em um livro infantil, devido ao cenário, personagens, diálogos e atitudes com as quais me deparei. Todos os personagens têm 15 anos, então você pode estar dizendo que estou sendo exigente demais por querer uma trama mais madura, e talvez eu esteja mesmo, contudo, como nos é dito no próprio texto, aquelas pessoas estavam sendo preparadas para aquilo. 

O treinamento foi interrompido, eles foram enviados antes do programado, beleza, mas desde o princípio eles vinham sendo capacitados para a missão que os aguardava, para serem adultos desde o princípio. E o cenário que o Hugh nos apresentou não contribuiu, foi algo bem alienígena, ele acertou nesse ponto, mas também imagino que fantasiou demais.

Ainda assim o Hugh continua sendo meu autor favorito, e não hesitarei em conhecer outros trabalhos seus. Se você quiser dar uma chance a Half Way Home se lembre que ele — assim como todos os demais títulos do Hogh que não compõem a trilogia Silo — só está disponível na versão em inglês. Quem sabe a Intrínseca o publica no Brasil quando terminar a história da Juliette, apesar de tudo, eu adoraria ter essa bela capa em minha estante.

Half Way Home - Hugh Howey
Autopublicado

Edição em inglês
368 páginas

Comprar: Amazon
Nota: 4