Resenha - Sombra e Ossos

Sinopse: "Alina Starkov nunca esperou muito da vida. Órfã de guerra, ela tem uma única certeza: o apoio de seu melhor amigo, Maly, e sua inconveniente paixão por ele. Cartógrafa de seu regimento militar, em uma das expedições que precisa fazer à Dobra das Sombras – uma faixa anômala de escuridão repleta dos temíveis predadores volcras –, Alina vê Maly ser atacado pelos monstros e ficar brutalmente ferido. Seu instinto a leva a protegê-lo, quando inesperadamente ela vê revelado um poder latente que nunca suspeitou ter. A partir disso, é arrancada de seu mundo conhecido e levada da corte real para ser treinada como um dos Grishas, a elite mágica liderada pelo misterioso Darkling. Com o extraordinário poder de Alina em seu arsenal, ele acredita que poderá finalmente destruir a Dobra das Sombras. Agora, ela terá de dominar e aprimorar seu dom especial e de algum modo adaptar-se à sua nova vida sem Maly. Mas nesse extravagante mundo nada é o que parece. As sombrias ameaças ao reino crescem cada vez mais, assim como a atração de Alina pelo Darkling, e ela acabará descobrindo um segredo que poderá dividir seu coração – e seu mundo – em dois. E isso pode determinar sua ruína ou seu triunfo."
O livro inicia com Alina e Maly sendo recrutados para estudarem e a partir de suas qualidades excepcionais determinariam as suas carreiras. Ela será uma cartógrafa e ele um rastreador. Já crescidos, Maly torna-se o melhor rastreador a servir a monarquia. Ele e Alina partem em uma expedição para mapearem novos locais,  a Dobra das Sombras. Localizada no Não Mar, a Dobra das Sombras é um local obscuro, que separa o reino de onde se encontram os Volcras, criaturas perigosas e temidas.

Alina está acompanhada não apenas de seu melhor amigo Maly, mas de soldados e alguns Grishas, pessoas com capacidades excepcionais de controlar alguns elementos e considerados poderosos. Mesmo com essas ressalvas, Alina teme que saia do planejado e algo errado aconteça durante a travessia e para o seu horror, ela estava certa. A jovem só não esperava que do seu fim ela descobriria uma parte desconhecida de sua história.

Querem saber o que vai acontecer? Então leiam!

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Eu fiquei muito surpresa com essa leitura. Como disse, eu tinha curiosidade de ler por ouvir por aí que teríamos um pouco da cultura russa na trama, mas a trama é muito mais do que eu esperava.

Meu primeiro contato com a escrita de Leigh Bardugo foi em Mulher Maravilha: Sementes da Guerra e se lá ela escreve em terceira pessoa e a sua escrita é cuidadosa, contida e travada, aqui a autora não tem motivos para tal cuidado e permite a sua criatividade se jogar nas possibilidades de criação de seu universo e desenvolvimento dos seus personagens, com uma maestria que tornasse difícil não ver esses personagens como reais. 

Escrito em primeira pessoa, Alina conquista os leitores com sua personalidade e caráter e ao longo do primeiro livro ela cresce como personagem de uma maneira admirável. É normal acompanhar esse crescimento através do livro, mas Leigh conseguiu me impressionar nesse recurso.

Por estarmos falando de um universo fantástico, sem duvida, a primeira pergunta é: é um mundo crível? Sim, é, como também é bem desenvolvido nesse primeiro livro. Diferente de A Rainha Vermelha (que, tem lá alguns detalhes similares a essa história gritantes), na trama de Victoria Ayeyard eu senti que faltou um pouco de lapidação em algumas situações para melhor explorar e dimensionar o mundo fantástico da narrativa. 

Aqui, Leigh consegue dimensioná-lo no primeiro livro e explorá-lo sob duas óticas: do proletariado e dos privilegiados. Se no primeiro livro também temos esse paralelo, lá, a autora não consegue criar um diferencial para escapar do clichê de trabalhar para sobreviver e ficar calado para não ser punido. Aqui, a trama adorna isso com uma criatividade e selvageria constante. 

Os personagens secundários são em sua maioria legais, mas não conseguiram me cativar como a protagonista ou Maly. Ele, sob minha ótica, é um quase protagonista e tem um papel importante na vida de Alina. Sem contar é claro, que ele é uma gracinha, mesmo que alguns momentos que quisesse sacudir ele por conta de algumas escolhas.

É uma trama cativante, com personagens bem desenvolvidos e um enredo adornado pela autora. Recomendo para todos os leitores que gostariam de ser um Grisha.

Sombra e Ossos - Leigh Bardugo
Livro 01
Trilogia Grisha
Editora Gutenberg
432 páginas
Nota: 4



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