Sinopse: "Claire Randall guardou um segredo por vinte anos. Ao voltar para as majestosas Terras Altas da Escócia, envoltas em brumas e mistério, está disposta a revelar à sua filha Brianna a surpreendente história do seu nascimento. É chegada a hora de contar a verdade sobre um antigo círculo de pedras, sobre um amor que transcende as fronteiras do tempo... E sobre o guerreiro escocês que a levou da segurança do século XX para os perigos do século XVIII. O legado de sangue e desejo que envolve Brianna finalmente vem à tona quando Claire relembra a sua jornada em uma corte parisiense cheia de intrigas e conflitos, correndo contra o tempo para evitar o destino trágico da revolta dos escoceses. Com tudo o que conhece sobre o futuro, será que ela conseguirá salvar a vida de James Fraser e da criança que carrega no ventre?"
ALERTA!
Esta resenha pode conter spoilers de Outlander: A Viajante do Tempo. Leiam por sua conta e risco!
A intenção de Jamie e de Claire consistia em viajar até Roma
para arruinar os planos do Jovem Pretendente que queria reivindicar o trono da
Escócia, mas as coisas acabam mudando no meio do caminho, já que Charles Stuart
havia se refugiado na França, onde buscava o apoio financeiro do rei, para
marchar contra o exército inglês.
A mudança veio a calhar para Jamie, cuja família possuía
negócios em Paris e lhe propôs assumi-los temporariamente, assim, Jamie e
Claire foram logo acolhidos na alta sociedade, dispondo de contatos importantes,
uma ótima situação financeira e o mais importante: acesso a pessoas influentes
do reino e ao próprio Charles Stuart. Esta era, sem dúvidas, uma situação
privilegiada para levar a cabo o plano de evitar que a batalha de Culloden – e,
consequentemente, a extinção dos clãs da Escócia – acontecesse.
Todavia, nem tudo é fácil como parece. Jamie se passa por
Jacobita fervoroso enquanto faz o possível para impossibilitar a tentativa de
retorno da Casa Stuart, o que o coloca na posição de traidor caso seja
descoberto. Os traidores tinham apenas um destino naquela época: uma morte
dolorosa e cruel. Claire, por sua vez, realiza o mesmo trabalho entre as damas
da sociedade, porém, seu principal risco pode estar na amizade com os integrantes
menos respaldados pela sociedade, por lidarem com o lado oculto da natureza.
Uma tarefa arriscada para um casal que já precisou superar
perigos demais, mas que se mantém unido na fé de evitar a morte de milhares de
inocentes. Mas uma pergunta permanece no ar: poderiam suas ações alterar os
rumos da história, ou seriam justamente estas que culminariam no triste final
conhecido por Claire?
***
Ai. Meu. Coração. Desculpem, mas não tenho forma melhor de
descrever como me senti ao começar esta leitura. Escrevi o resumo acima a
partir da segunda metade do livro (que mais uma vez é dividido em sete partes),
para evitar spoilers, caso contrário, deixaria vocês no mesmo estado em que eu fiquei:
na mais pura negação. Titia Daiana Gabaldon é má! Muito má! E deixa o leitor
sofrer por quase mil páginas para entender a torturante primeira parte da obra.
Não gosto de spoilers, vocês sabem que isso é algo do qual
sou totalmente contra, todavia, pela primeira vez, abandonei o livro e corri
para a internet para ler as sinopses
dos próximos volumes, resenhas e afins, na tentativa de encontrar alguma
informação que me fizesse crer que valia a pena continuar a leitura e resistir
ao coração estraçalhado que eu carregava no peito. Se vocês passarem pela mesma
dúvida que eu, digo uma coisa, não abandonem o livro. Leiam. Ele lhes dará uma
resposta, e ela será linda. Acima de tudo, cá entre nós, Jamie Fraser é o tipo
de cara por quem vale a pena sofrer.
Dito isso, vamos falar sobre o restante da história: Sigo com
a minha periódica vontade de querer estapear Claire por suas imprudências e
impetuosidades que acabam enfiando tanto ela quanto Jamie em situações
indesejadas. Custava ser um pouquinho menos voluntariosa? Logo na chegada do
casal na França, ela já arruma briga com um dos principais comerciantes de
bebidas e concorrente de Jamie nos negócios. Claire, paciência é uma virtude.
Mas é claro que nosso galante Jamie sempre está lá para, mais cedo ou mais
tarde, resolver os problemas criados pela amada. Falando nisso, os dois formam um belo par, salvando um ao outro
sempre que preciso. Uma pena que isso necessite ser com tanta frequência. Como
já disse, Outlander é um teste de resistência para os nervos do leitor, mas
também é divertido, lindo, romântico e educativo.
Existe todo um cenário histórico recontado na narrativa e, é
claro, curiosidades da época que tornam o enredo ainda mais rico. Tive um surto
de gargalhadas quando Jamie discute com Claire sobre depilação, o que ela
finalmente conseguiu fazer na França. Esse choque de costumes entre eles é
muito cômico. E é fantástico ler sobre Jamie convivendo com reis, grandes
pensadores, escritores e pessoas de renome daquele tempo.
Entretanto, apesar de eu estar fazendo tudo parecer leve,
não é bem assim durante todos os momentos. O fantasma de Jack Randall ainda paira sobre as cabeças do
casal, e o trauma de Jamie não é esquecido. Temos novas informações sobre a fatídica
noite em que Randall ataca Jamie e a autora não nos poupa dos detalhes fortes.
Eu ainda não consegui terminar de assistir à série por causa das cenas em
questão e sempre que esse assunto era mencionado em A Libélula no Âmbar, meu
estômago se revirava mais uma vez. Mas nosso menino é forte e possui um amor
lindo para ajudá-lo a superar o passado.
Eu poderia ficar horas aqui falando sobre Outlander, afinal,
o livro não possui apenas um grande plot,
mas vários. São quase mil páginas e todas elas maravilhosas. Estou
irrevogavelmente apaixonada por Outlander e por Jamie Fraser. Não tem volta. E
o casal Jamie e Claire? Eles são perfeitos, como há muito não via na literatura
ou na vida real. A confiança, a entrega, a luta, o companheirismo e a cumplicidade
existente entre eles são elevados a um nível praticamente utópico.
A escrita da Diana é linda e suas descrições fazem com que o
leitor se sinta na pele dos personagens, vivendo aquela realidade e apreciando
as paisagens e lugares por onde Jamie e Claire passam. Novamente, a autora fez
uso da técnica de alternar as narrativas entre a primeira e a terceira pessoa,
de uma página para a outra, sem ficar ruim de ler, na primeira e na última
parte do livro. O texto de Diana é simplesmente mágico, segurando o leitor
através de uma história infindável narrada por Claire, que possui uma razão de ser que
vamos descobrindo, página por página, a cada acontecimento ocorrido na trama.
Com um dos casos de amor e confiança mais lindos da
literatura atual, Outlander mistura romance, aventura e história em um livro
impossível de largar. Diana Gabaldon remonta os diversos fatos históricos por
meio da ficção de forma fascinante. Sem dúvidas, um novo clássico da literatura
mundial.
Outlander: A Libélula no Âmbar - Diana Gabaldon
Livro 02
Série Outlander
Editora Arqueiro
880 páginas
880 páginas
0 comentários
Postar um comentário