Sinopse: "Doze anos se passaram desde que Malorie e os filhos atravessaram o rio com vendas no rosto, mas tapar os olhos ainda é uma regra que não podem deixar de seguir. Eles sabem que apenas um vislumbre das criaturas pode levar pessoas comuns a uma violência indescritível. Ainda não há explicação. Nenhuma solução. Tudo o que Malorie pode fazer é sobreviver... e transmitir aos filhos sua determinação. Não se descuidem, diz a eles. Fiquem vendados. E NÃO ABRAM OS OLHOS. Quando eles tomam conhecimento de uma notícia que parecia impossível, Malorie se permite ter esperança pela primeira vez desde o início do surto. Há sobreviventes. Pessoas que ela considerava mortas, mas que talvez estejam vivas.Junto dessa informação, porém, ela acaba descobrindo coisas aterrorizantes: em lugares não tão distantes, alguns afirmam ter capturado as criaturas e feito experimentos. Invenções monstruosas e ideias extremamente perigosas. Além disso, circulam rumores de que as próprias criaturas se transformaram em algo ainda mais assustador. Malorie agora precisa fazer uma escolha angustiante: viver de acordo com as regras de sobrevivência que funcionaram tão bem até então, ou se aventurar na escuridão e buscar a esperança mais uma vez."
Durante dois anos, Malorie e seus filhos, Tom e Olympia, viveram tranquilos na escola para cegos, com a ideia de que lá estavam protegidos das criaturas. Mas quando um ataque em massa deixa loucos até aqueles que pareciam imunes, está na hora de Malorie reencontrar sua coragem de partir novamente, em busca de um lugar seguro.
Dez anos depois, Malorie segue se protegendo de qualquer possível ataque. Tom e Olympia já estão com dezesseis anos e só conhecem essa versão do mundo, tendo apenas certa noção de como tudo era antes através das histórias que a mãe conta.
Quando um misterioso homem surge no acampamento onde eles se alocaram, alegando ser do censo, a vida de Malorie vira de cabeça para baixo. Nos papéis que o homem deixa para trás há uma listagem de sobreviventes e entre eles está o nome dos pais de Malorie, que ela julgava como mortos há anos, desde o início dos ataques.
Com esse frescor de esperança, Malorie decide arriscar toda sua segurança para encontrar seus pais e encerrar seu luto de uma vez por todas. Nos papéis também há informações de um trem cego que leva para o sul, o que pode facilitar e muito a viagem. Mas será que Malorie e os filhos estão preparados para lidar com outra peregrinação às cegas, depois de tanto tempo?
Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!
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Caixa de Pássaros é um dos meus livros favoritos da vida. Eu o li em 2015 e desde então a história não saiu da minha cabeça. Então é claro que eu surtei quando Josh Malerman anunciou Malorie, uma sequência para esta história tão fabulosa. Eu finalmente fiz a leitura este mês, algum tempo depois do lançamento, e acho que a espera foi necessária.
A escrita de Malerman é sempre muito fluida. Eu estava numa tremenda ressaca literária e nenhum livro me prendia. Quando resolvi dar uma chance a Malorie, acreditei que aconteceria a mesma coisa, mas fui surpreendido por uma trama envolvente. Eu li mais da metade do livro em uma sentada e isso foi um ponto extremamente positivo para o livro.
A narrativa é feita em primeira pessoa, alternando as perspectivas de Malorie, Tom e Olympia. Foi muito legal reencontrar estes personagens depois de tanto tempo. Malorie segue atenta a cada passo e Olympia segue a mesma ordem, mas Tom é um espírito rebelde. Ele quer se arriscar, tentar desbravar o mundo à sua maneira e, confesso, eu queria dar uns socos neles pra deixar de ser chato!
Toda a história do trem foi muito interessante. O modo como Malerman descreveu as cenas e o ambiente fez tudo parecer muito possível. Amo essa mente brilhante – e ao mesmo tempo esquisita – do autor. Também gostei da cidade fictícia de Indian River, que tem um foco importante na trama.
O que me decepcionou mesmo no livro foi o final. Malerman deu uma conclusão muito rápida a história, que pareceu mal pensado. Gary, um dos maiores vilões da literatura, finalmente reapareceu e seu final não me satisfez. Assim como a questão das criaturas, que eram um grande mistério...
Em suma, Malorie é um livro bem escrito, fluido e envolvente, mas que deixa um pouco a desejar no quesito continuação. Porém, mesmo assim deixo minha recomendação, pois vale a pena acompanhar a escrita desse autor tão incrível e reencontrar personagens tão bem desenvolvidos.










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