Resenha - Piano Vermelho


Sinopse: "Ex-ícones da cena musical de Detroit, os Danes estão mergulhados no ostracismo. Sem emplacar nenhum novo hit, eles trabalham trancados em estúdio produzindo outras bandas, enchendo a cara e se dedicando com reverência à criação — ou, no caso, à ausência dela. Uma rotina interrompida pela visita de um funcionário misterioso do governo dos Estados Unidos, com um convite mais misterioso ainda: uma viagem a um deserto na África para investigar a origem de um som desconhecido que carrega em suas ondas um enorme poder de destruição. Liderados pelo pianista Philip Tonka, os Danes se juntam a um pelotão insólito em uma jornada pelas entranhas mortais do deserto. A viagem, assustadora e cheia de enigmas, leva Tonka para o centro de uma intrincada conspiração. Seis meses depois, em um hospital, a enfermeira Ellen cuida de um paciente que se recupera de um acidente quase fatal. Sobreviver depois de tantas lesões parecia impossível, mas o homem resistiu. As circunstâncias do ocorrido ainda não foram esclarecidas e organismo dele está se curando em uma velocidade inexplicável. O paciente é Philip Tonka, e os meses que o separam do deserto e tudo o que lá aconteceu de nada serviram para dissipar seu medo e sua agonia. Onde foram parar seus companheiros? O que é verdade e o que é mentira? Ele precisa escapar para descobrir. Com uma narrativa tensa e surpreendente, Josh Malerman combina em Piano Vermelho o comum e o inusitado numa escalada de acontecimentos que se desdobra nas mais improváveis direções sem jamais deixar de proporcionar aquilo pelo qual o leitor mais espera: o medo."
Os Danes fizeram parte da banda do exército e lutaram na Segunda Guerra Mundial. Após seus dias de soldados,  eles focaram apenas em sua carreira musical e conseguiram emplacar alguns sucessos. Contudo, doze anos depois, eles já não conseguem voltar ao estrelato e estão estacados na carreira. Até que uma oportunidade de ouro bate na porta deles.

Um funcionário do governo surge com uma proposta que pode mudar a vida dos rapazes para sempre. Um misterioso som surgiu em pleno deserto africano e está deixando os Estados Unidos preocupados. Acontece que esse som, além de fazer mal àqueles que o ouvem, consegue inutilizar qualquer tipo de armamento, do mais simples ao mais perigoso.

Ninguém sabe a origem do som. Duas expedições com soldados já foram enviadas para o deserto e nenhuma teve sucesso na empreitada. A esperança do governo é que os Danes tenham êxito devido ao seu talento para a música, além de terem sido soldados anteriormente. À princípio eles são contra a ideia, mas a expectativa do pagamento fala mais alto e os leva a aceitar.  

Seis meses depois, Philip Tonka acorda em um hospital. De alguma forma, ele conseguiu ter todos os ossos de seu corpo quebrados. Não havia como ele ter sobrevivido a esses ferimentos, mas sua recuperação gradual surpreende a todos, principalmente a enfermeira Ellen, responsável pelos cuidados a ele.

Mas o que aconteceu com Phillip? Como ele foi parar lá? O que aconteceu no deserto? Onde estão os Danes? E qual a origem do som? Essas e outras perguntas você só vai ter as respostas se ler!

***

Após o estrondoso sucesso de Caixa de Pássaros, que foi uma das minhas melhores leituras de 2015, eu estava extremamente empolgado por qualquer novidade escrita por Josh Malerman. Então, quando no meio do ano passado a Intrínseca anunciou o lançamento de Piano Vermelho, eu fiquei ansiosíssimo. Contudo, esperei a hype do livro passar e resolvi lê-lo só agora. E foi a melhor decisão que eu tomei.

A escrita de Josh Malerman é muito boa, mas aqui demorou a me prender. Os primeiros 30% da obra foram um sufoco e a cada virar de página eu ficava mais desanimado. Quando a leitura finalmente engatou, o livro fluiu mais rápido. Só que o mistério proposto pelo autor nesse seu segundo  livro deixou um pouco a desejar.

A narrativa é feita em terceira pessoa, alternando os capítulos entre presente e passado. Gostei dessa divisão, pois as dúvidas seguem constantes até o final do livro,  o que me fez querer terminá-lo o quanto antes. Só que em certo momento não ter respostas me incomodou. Ao contrário de Caixa de Pássaros, que o desfecho ficar à  interpretação do leitor era algo tranquilo, aqui era necessário ter alguma  solução.

Por conta disso, o final não teve bem o impacto que deveria, ao menos para mim. Gostei da forma com que Josh encerrou a obra e mostrou que é sim o mesmo autor de Caixa de Pássaros. Ver Philip enfrentar tudo pelo que passou com coragem e determinação me lembrou muito a Malorie, assim como Ellen também me cativou bastante e lembrou a protagonista da outra obra. 

Em suma, Piano Vermelho pode não ter sido o que eu esperava, mas não deixa de ser um bom livro. Sendo assim, deixo aqui minha recomendação para vocês. E que a Intrínseca traga mais Josh Malerman para nós o mais rápido possível.

Piano Vermelho - Josh Malerman
Editora Intrínseca
320 páginas
Nota: 4

0 comentários

Postar um comentário