Resenha - Cidade dos Etéreos

Sinopse: "Cidade dos etéreos dá sequência ao celebrado O orfanato da srta. Peregrine para crianças peculiares, em que o jovem Jacob Portman, para descobrir a verdade sobre a morte do avô, segue pistas que o levam a um antigo lar para crianças em uma ilha galesa. O orfanato abriga crianças com dons sobrenaturais, protegidas graças à poderosa magia da diretora, a srta. Peregrine. Neste segundo livro, o grupo de peculiares precisa deter um exército de monstros terríveis, e a srta. Peregrine, única pessoa que pode ajudá-los, está presa no corpo de uma ave. Jacob e seus novos amigos partem rumo a Londres, cidade onde os peculiares se concentram. Eles têm a esperança de, lá, encontrar uma cura para a amada srta. Peregrine, mas, na cidade devastada pela guerra, surpresas ameaçadoras estão à espreita em cada esquina. E, além de levar as crianças a um lugar seguro, Jacob terá que tomar uma decisão importante quanto a seu amor por Emma, uma das peculiares. Telecinesia e viagens no tempo, ciganos e atrações de circo, malignos seres invisíveis e um desfile de animais inusitados, além de uma inédita coleção de fotografias de época — tudo isso se combina para fazer de Cidade dos etéreos uma história de fantasia comovente, uma experiência de leitura única e impactante."

ATENÇÃO, esta resenha pode conter spoilers de O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares. Leiam por sua conta e risco!  

Em O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares, Jacob viajou até a remota ilha de Cairnholm para descobrir mais sobre o passado do seu avô e acabou encontrando um mundo fantástico, habitado por crianças com poderes sobrenaturais que são conhecidos como peculiares. Além disso, Jacob descobriu que ele mesmo era um peculiar, capaz de sentir a presença e enxergar os etéreos, seres malignos que desejam roubar a alma de todos os peculiares do mundo.

No final do primeiro livro, a Srta. Peregrine foi capturada por um acólito, mas Jacob e Emma conseguiram resgatá-la e matar o inimigo. O problema é que a ymbryne não só ficou aprisionada em sua forma de pássaro como também incapaz de voltar à forma humana e reiniciar a fenda temporal que protegia as crianças dos etéreos.

Assim, os pequenos peculiares pegam barcos atracados na baía e partiram em direção ao País de Gales, com o objetivo de encontrar ajuda para a Srta. Peregrine e se salvarem. A jornada marítima não será nada fácil e os garotos estão com os nervos à flor da pele com os últimos acontecimentos. 

Chegando à costa, os peculiares já são surpreendidos por uma horda de acólitos que deseja capturá-los. Assim, as crianças fogem para a mata e buscam abrigo em uma clareira. Para distrair os menores, Bronwyn lê uma história dos Contos Peculiares e Milliard percebe que aquela narrativa podia ser real, já que o cenário em que eles estavam era muito parecido com o do livro.

Usando os Contos como referência, as crianças encontram uma nova fenda temporal. Após uma árdua luta contra um etéreo que assombrava o local, Jacob e seus amigos exploram a nova fenda e conhecem novos amigos peculiares. Addison, o cão falante, e Deirdre, a jumirafa (cabeça e pescoço de girafa e corpo de jumento), contam que são protegidos da Srta. Wren, mas que a ymbryne fora para Londres tentar ajudar suas irmãs capturadas pelos acólitos.

A única chance dos pequenos peculiares sobreviverem é encontrando uma ymbryne para trazer a Srta. Peregrine de volta. Eles têm menos de três dias para dar um jeito nisso, antes que sua tutora fique permanentemente presa em sua forma de ave. Então, os jovens precisam partir para Londres para tentar localizar a Srta. Wren, mas essa aventura não será nada fácil. Com a guerra acontecendo e os acólitos e etéreos em sua cola, eles precisarão de toda ajuda que conseguirem antes que seja tarde demais.

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!

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O Orfanato da Srta. Peregrine Para Crianças Peculiares, lançado pela editora LeYa, foi uma das minhas melhores leituras de 2015 (vocês podem conferir a resenha AQUI) e eu estava extremamente ansioso pela continuação, então, nem preciso dizer que surtei quando a Intrínseca anunciou a publicação para fevereiro, preciso? Solicitei o livro e a empolgação já aumentou com a chegada da caixa.

Não posso começar essa resenha de outra forma se não elogiando a edição de Cidade dos Etéreos. A Intrínseca fez um trabalho primoroso, lançando-o em capa dura. Mas não pensem que é uma capa dura qualquer. É no estilo hardcover americano, com jacket e tudo. Além disso, a textura das páginas é diferente e os detalhes da diagramação são coloridos, dando um toque de charme e elegância esplêndida ao exemplar.

Voltando à história, devo dizer que a escrita de Ransom Riggs evoluiu bastante do primeiro para este volume. Me vi preso na trama logo nas primeiras páginas e achei que ficaria um pouco perdido no contexto, já que não me lembrava de muitos fatos de seu predecessor. Porém, Riggs refrescou a minha memória, relembrando de forma sutil os acontecimentos mais importantes e dando continuidade ao enredo, sem perder o ritmo.

A narrativa é feita mais uma vez em primeira pessoa, sob a perspectiva de Jacob. O personagem amadureceu bastante e me conquistou de vez, preocupando-se sempre com seus amigos e com o destino do mundo peculiar, deixando de lado muitas de suas incertezas. O romance com Emma ainda não me convence, mas deixei de revirar os olhos nas cenas em que os dois ficam juntos.

Os outros peculiares ganharam mais espaço no texto e consegui me afeiçoar a vários deles. Minhas favoritas com certeza são a pequena Olive, que é mais leve que a gravidade e usa sapatos de chumbo para não sair flutuando; e Bronwyn que é extremamente forte e tem um instinto protetor para com todos os menores, além de ser educada e gentil com todos. 

O livro é repleto de reviravoltas. Riggs não deixou em momento algum a narrativa esfriar e estava sempre colocando percalços no caminho dos jovens, para então criar uma saída fabulosa. Ao contrário do antecessor, o autor utilizou as fotos para ilustrar o que já tinha imaginado, ou seja, não baseou-se nelas para desenvolver seu texto. Acho fantástico o quanto cada retrato se encaixa perfeitamente na ambientação apresentada.

Quanto ao desfecho, foi de tirar o fôlego e Riggs deixou uma grande ponta em aberto para desenvolver o terceiro e último volume da trilogia, que se chama Library of Souls. Quando virei a última página e vi que a história acabava mesmo daquela forma, já quis imediatamente ter a sequência em mãos e espero do fundo da minha alma que a Intrínseca não demore em trazê-la para o Brasil.

Cidade dos Etéreos é um livro fantástico, que dá uma continuação digna para O Orfanato da Srta. Peregrine e nos deixa ainda mais ansiosos pela conclusão da trilogia. Só tenho uma coisa a dizer a vocês: leiam, não tem como se arrepender! Mais do que recomendado.

Cidade dos Etéreos - Ransom Riggs

Livro 02

Série O Orfanato da Srta. Peregrine

Editora Intrínseca

384 páginas

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