Curiosidade - Como surgiu a história de Ela não é invisível

Ela não é invisível Marcus Sedgwick Galera Record
E aí pessoal, no post de ontem, resenhei para vocês o livro Ela não é invisível, de Marcus Sedgwick, lançado pela Editora Galera Record. Fiquei tão fascinada com o universo criado pelo autor, que decidi ir atrás de informações sobre como ele havia concebido essa história. Confiram comigo o que descobri:

Marcus Sedgwick sempre foi obcecado pelo número 354, e por coincidências, e por anos tentou escrever um livro que aliasse esses dois assuntos, mas falhou em sua empreitada e desistiu inúmeras vezes. Cinco anos depois, se deu conta de que esta seria uma tarefa impossível, tendo em vista que as coincidências costumam ser utilizadas de maneira muito artificial pelos autores, fazendo com que os leitores torçam o nariz quando se deparam com uma num livro de ficção, por não acreditarem no que estão lendo.

Pensando nisso, decidiu criar um livro sobre um autor que estava tentando "escrever um livro sobre coincidências", assim, Marcus poderia abordar a mesma temática que tanto o interessava e inserir em sua narrativa os resultados dos estudos que já havia feito.

Vocês podem perceber que Marcus e Jack Peak possuem muito mais coisas em comum do que imaginávamos, certo? Pelo fato de nunca ter escrito sobre um autor antes, Marcus diz que, de certo modo, Jack Peak foi inspirado nele, já que utilizou de suas experiências e frustrações no mundo da escrita para concebê-lo.
Ela não é invisível Marcus Sedgwick Galera Record
Mas não bastava contar apenas sobre as suas obsessões pessoais, Marcus precisava elaborar outras tramas paralelas a ponto de deixar a história muito mais interessante e atrativa para o jovem leitor. Assim, deu vida à Laureth, depois de assistir a um filme que tinha uma protagonista cega.

Entretanto, Marcus sabia que tinha um grande desafio pela frente. Como seria inventar uma personagem que não via e que era cega desde o seu nascimento? Se ainda fosse o caso de a menina ter perdido a visão, seria mais fácil, já que ela teria o mínimo de noção a respeito do mundo no qual vivemos, das cores, dos objetos, etc.

Em alguns momentos, o autor entrou em crise e achou que não ia conseguir levar a ideia adiante, mas acabou tendo uma grande ajuda de uma escola especializada, situada na Grã-Bretanha, chamada New College, voltada para estudantes com algum tipo de deficiência visual. Marcus visitou o local por um ano, e entrevistou inúmeras crianças e adolescentes que foram muito solícitas, respondendo às mais diversas perguntas. 

Portanto, tudo o que Laureth diz em Ela não é invisível, sobre a cegueira, seus medos ou algum macete que criou para poder se virar e ter o mínimo de independência, foi baseado nas informações dadas pelos próprios alunos. Claro, o autor também recorreu ao artifício de vendar a si mesmo e tentar executar algumas tarefas para ver como se sairia. 

Marcus tinha receio de Laureth não parecer muito autêntica na obra, mas os estudantes cegos que leram o livro disseram ter gostado muito do resultado. De todo modo, é importante ressaltar que Ela não é invisível versa sobre as coincidências da vida que, por acaso, calhou de ter uma personagem cega, ou seja, esta não é uma obra especificamente sobre a cegueira.

Para quem for um leitor atento, irá descobrir, durante todo o texto, inúmeras referências ocultas, e outras nem tanto, sobre o número 354, pelo qual Marcus e Jack Peak não só são obcecados, como foram por ele perseguidos a vida toda. Além disso, ao final do livro, somos presenteados com um Easter Egg, contendo uma mensagem oculta. O autor teve que ser muito criativo e planejar minuciosamente como esconder todas essas pistas, a ponto de ter deixado seu editor maluco.. kkk. Mas valeu a pena.

Leiam Ela não é invisível e descubram que não só as pessoas não são como parecem ser, como nem tudo no que acreditamos é de fato verdade.

9 comentários

  1. Mi,nossa que incrível,quado uma pessoa que mesmo realizar algo ela ,busca até mesmo quase desistindo,amei saber essa s curiosidades,e saber que ele buscou informações com estudantes cegos e até se vendou para sentir como seria foi demais ,no momento estou curiosa para saber das coincidências com o número 354,irei conferir e pesquisar ,beijos!!!!

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  2. Com esse post fiquei ainda mais querendo ler o livro, preciso ler logo. O tema que ele usa no livro, o da coincidência, é bem original. Achei bem legal ele ter baseado Jack nele mesmo e ter criado a Laureth, sendo cega, e ter entrevistado garotos cegos.

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  3. acho que realmente tem que se vivenciar as histórias para escrevê-las.Parabéns.......

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  4. O autor realmente foi genial em criar uma personagem tão complexa que precisaria mesmo de laboratório para entender e construí-la. Há muito que entender sobre as deficiências e em como transmitir aos leitores onde ele queria chegar e usando da própria vida realmente foi um golpe de mestre. Gostei de saber mais um pouquinho sobre essa obra e isso abre nossas mentes para quem sabe um dia fazer algo parecido. Gostei.

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  5. Adorei as curiosidades de como surgiu a historia.
    Depois de ler esse seu post fiquei ainda mais curiosa sobre os mistérios do livro.

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  6. Realmente muito legal saber como foi a construção desse livro, de ver a dedicação do autor para trazer sua obra o mais perto possível da realidade e de colocar um pouco de seus próprios anseios na trama, muito interessante.

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  7. Nossa,com esse post só fiquei mais apaixonada e a minha vontade de ler só aumentou.
    A dedicação do autor e a formação da história foram fantásticas.Quero logo conseguir ler ele rsrs

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  8. Uma história divertida, e cheia de mistérios que mescla realidade e ficção em um tom maravilhoso que encanta o leitor do começo ao fim!

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  9. acabei de ler e gostei pra caramba do livro... mas achei a "mensagem oculta" meio confusa... vc dabe qual é?

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