Resenha - Delilah Green Não Está Nem Aí

Sinopse: Delilah Green jurou nunca mais voltar a Bright Falls, a cidade onde cresceu. Lá não há nada para ela, só as lembranças da infância solitária e do desprezo da madrasta e da irmã postiça, Astrid. Em Nova York ela tem uma carreira como fotógrafa em ascensão e uma mulher diferente em sua cama todas as noites. Mas quando Astrid usa chantagem emocional e um cheque polpudo para forçá-la a fotografar seu casamento e a maratona de eventos preparativos, Delilah acaba concordando em voltar. Seu plano é chegar, fotografar e ir embora de fininho. Só que assim que ela reencontra Claire Sutherland, uma das insuportáveis – e lindas – amigas de infância de Astrid, percebe que talvez haja, sim, algo divertido para se fazer em Bright Falls. Criando a filha de 11 anos praticamente sozinha ao mesmo tempo que gerencia uma livraria e lida com um ex nada confiável, Claire só quer uma vida sem surpresas. E a chegada repentina de Delilah é uma surpresa e tanto. Em meio a todas as questões mal-resolvidas do passado e os problemas do presente, o desejo que nasce entre as duas se torna cada vez mais evidente. E elas não sabem se terão força para resistir aos encantos uma da outra. Pior ainda: estão começando a achar que não querem mesmo resistir...
Delilah Green perdeu a mãe muito cedo e quando tinha 8 anos seu pai se casou com Isabel, mãe de Astrid, e eles formaram uma grande família. Contudo, em menos de dois anos, o pai de Delilah também faleceu, deixando-a para viver sob a tutela da madrasta e com a irmã postiça.

A garota tornou-se uma sombra de si mesma e não se relacionava com ninguém na pequena cidade de Bright Falls. Ao fazer 18 anos, ela se mudou de vez para Nova Iorque e prometeu nunca mais voltar para o lugar onde não se encaixava.

Contudo, 12 anos depois, Astrid está de casamento marcado e quer que Delilah seja a fotógrafa oficial do evento, devendo voltar a Bright Falls para uma estadia de duas semanas. O dinheiro oferecido é muito bom, então Delilah decide aceitar a proposta, mas já preparando todo seu arsenal para provocar Astrid e Isabel.

Já em seu primeiro momento na cidade, Delilah recebe uma cantada de Claire, uma das melhores amigas de infância de Astrid, que também sempre menosprezou a presença de Delilah. É evidente que a mulher não a reconheceu e Delilah está disposta a se aproveitar disso, já que Claire é uma bela mulher e ela não esconde seu desejo.

Claire teve uma vida difícil. Pouco depois de terminar o ensino médio ela se descobriu grávida e precisou amadurecer muito rápido. Hoje sua filha, Ruby, tem 11 anos e está naquela fase pré-adolescente difícil de conviver. Tudo só piora quando Josh, o pai da menina, fica sumindo e voltando para suas vidas, sempre causando estragos a cada visita.

Não demora muito para uma fagulha acender entre Claire e Delilah, mas elas estão dispostas a se entregar a esse sentimento? Claire nunca foi de ter relações casuais e sabe que, quando a função do casamento acabar, Delilah voltará para Nova Iorque sem olhar para trás. E Delilah, que segue com seu coração machucado após uma traição de sua última namorada, vai conseguir se abrir outra vez?

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!

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Delilah Green Não Está Nem Aí é um fenômeno no TikTok e foi trazido para o Brasil recentemente pela editora Arqueiro. Eu estava bem curioso por essa leitura, já que seria meu primeiro contato com um romance sáfico adulto e a premissa parecia ter tudo para me agradar. E não é que conseguiu mesmo? Com certeza uma das melhores leituras do ano!

A escrita de Ashley Herring Blake é muito fluida e envolvente, daquelas que te prende desde a primeira frase. Li mais de 40% do livro em uma sentada, sem me dar conta do quanto estava preso em sua narrativa. Após quase um mês de ressaca literária, um livro que me prende assim merece todos os prêmios.

O livro é narrado em terceira pessoa, alternando as perspectivas de Delilah e Claire a cada capítulo. Amo esse estilo de narrativa, pois nos deixa por dentro dos sentimentos de ambos os lados do casal. Aqui não foi diferente. Enquanto conhecíamos melhor as personagens, também conhecíamos seus dilemas e anseios e os motivos que tinham para não querer investir na relação, mesmo sabendo que resistir uma a outra não é fácil.

Gostei muito da forma como o romance se desenvolve. Delilah é lésbica, Claire é bissexual e ambas estão super bem com suas sexualidades. Diferente dos livros adolescentes que tratam do tema, aqui não tem aquela questão da descoberta, de negar os sentimentos e tudo mais. São duas mulheres adultas atraídas uma pela outra e que querem ficar juntas. Simples. E eu amei.

Outro ponto alto do livro foi a amizade que veio a surgir entre Delilah e Iris, a outra melhor amiga de Astrid. O noivo de Astrid, Spencer, é um verdadeiro babaca e, juntas, Claire, Iris e Delilah querem abrir os olhos da amiga para que não siga com o casamento, o que acaba as aproximando. Algumas das cenas mais divertidas são as entre Del e Iris, que ficam sempre se provocando.

O final do livro foi sensacional e acho que o que mais me fez gostar da obra como um todo. Delilah tem muitos fantasmas em Bright Falls e vê-la de volta à cidade e os enfrentando foi sensacional. Não posso dizer o ponto exato que me conquistou, para não dar spoiler, mas garanto que é impossível não se emocionar.

Em resumo, Delilah Green Não Está Nem Aí é um livro leve, divertido, com uma boa pegada romântica e hot e personagens cativantes que vão conquistar você desde a primeira aparição. É uma leitura que eu recomendo de olhos fechados e já adianto que não vejo a hora de ter mais livros da autora saindo aqui no Brasil. Vale muito a pena!

Delilah Green Não Está Nem Aí
Ashley Herring Blake
Editora Arqueiro
336 páginas
Nota: 05


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