Resenha - Jogador Número Dois

 

Sinopse: Na aguardada sequência do best-seller Jogador Número Um, uma tecnologia revolucionária e inimigos poderosos põem em risco o destino da humanidade. Dias após o fim do concurso lançado pelo fundador do OASIS, Wade Watts faz uma descoberta bombástica. Escondida no cofre de James Halliday, há uma tecnologia capaz de alterar a natureza da existência humana para sempre — e talvez piorar ainda mais as coisas. Chamado de Interface Neural OASIS, ou INO, o dispositivo permite que o usuário use os cinco sentidos no ambiente virtual e controle seu avatar apenas com o pensamento. Também é possível gravar suas experiências no mundo real e que outras pessoas consigam revivê-las. Ainda que revolucionário, o INO torna o OASIS mais viciante e perigoso do que nunca. Começa assim uma nova missão, uma caça ao último Easter egg deixado por Halliday, com um misterioso prêmio em vista. Ao longo dessa jornada, Wade e seus amigos enfrentarão um inimigo inesperado e extremamente poderoso — disposto a matar milhões para conseguir o que quer —, revelações do passado conturbado de Halliday e até mesmo múltiplas versões do cantor Prince. A vida de Wade e o futuro do OASIS estão em risco outra vez, mas a humanidade pode ser a maior vítima dessa guerra cada vez mais real. Com uma narrativa criativa e eletrizante, repleta de referências à cultura pop dos anos 1980 e ao universo nerd que consagraram o primeiro volume da série, Jogador Número Dois dá continuidade ao legado de sucesso de seu antecessor e lança os leitores em uma nova aventura futurista e surpreendente. O livro também ganhará uma adaptação cinematográfica, com roteiro do autor.


Após vencer a disputa de James Halliday, Wade Watts ganhou uma fortuna, assim como o controle do OASIS. Porém, para sua surpresa, esta disputa ainda lhe reservava algumas surpresas. Antes de morrer, Halliday desenvolveu um novo equipamento, uma tecnologia conhecida como INO. Este novo dispositivo escaneava o cérebro dos jogadores e tornava todas as sensações vividas no OASIS ainda mais reais.

Em acordo com seus amigos, tendo apenas Samantha votado contra, os 04 do topo decidem por lançar esta tecnologia para o mundo. Após o INO fazer um tremendo sucesso e quase toda a população possuir um dispositivo, uma nova surpresa cai sobre Wade: Halliday havia deixado um novo desafio escondido e só seu avatar, Parzival, pode resolvê-lo. Ele deveria encontrar 7 fragmentos, para recuperar a Alma da Sereia.

Mas acontece que anos se passam e Wade não consegue nenhum tipo de informação que o leve até a primeira pista. Cada vez mais solitário depois da briga com Samantha, Wade começa a se perguntar se existe uma chance de desvendar um novo enigma e decide tomar uma atitude desesperada: dar um prêmio bilionário para quem lhe conseguir alguma informação.

E é a partir disso que tudo vai mudar. Conseguindo ajuda de um avatar iniciante, Parzival finalmente terá sua chance de seguir em frente na nova disputa. Porém, seu amigo Org também parece estar disposto a encontrar a Alma da Sereia. Além disso, um certo inimigo do passado irá ressurgir com um aliado extremamente poderoso, que poderá colocar em risco a vida de todos aqueles logados ao OASIS. Conseguirá Wade detê-lo novamente?

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!

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Eu li Jogador Número Um em julho e me apaixonei por essa história, tendo sido uma das minhas melhores leituras deste ano. Eu havia solicitado Jogador Número Dois junto com o primeiro, mas depois de ver algumas críticas, fiquei com receio de fazer a leitura. Finalmente decidi dar uma chance ao livro este mês e o que tenho a dizer é: precisava de uma continuação? Não. É um livro horrível? Também não.

A escrita de Ernest Cline segue bastante fluida e envolvente. O livro possui pouco mais de 400 páginas, mas concluí a leitura bem rápido. Tirando alguns momentos onde a narrativa caiu numa monotonia, Cline soube dosar muito bem as cenas de ação com as explicações e as inserções de referências a cultura dos anos 80, que foi bem forte no volume anterior.

A obra é narrada em primeira pessoa, sob a perspectiva de Wade. Nosso protagonista está alguns anos mais velho, mas não muito mais maduro. Algumas de suas ações beiram o egoísmo e ele não parece se importar com a opinião de ninguém, jogando fora até seu relacionamento com Samantha por conta de certas atitudes.

Sam/Art3mis é a personagem mais sensata desta história. Ela viu logo de cara que o INO não era uma boa ideia e fez de tudo para tentar convencer seus amigos a não adotarem esta ideia. Além disso, ela usa sua parte do dinheiro do prêmio para ajudar a recuperar o planeta da destruição causada pela poluição.

Minha única ressalva a essa história se dá pela passagem de tempo. Acontece MUITA coisa, muitas horas se passam, mas a maior parte do enredo acontece no mesmo dia, o que não faz muito sentido. Também parece que Cline queria inserir certas referências e não sabia como, o que deixou certas cenas muito enroladas, como a que se passa no planeta inspirado em Prince e no de Gatinhas e Gatões.

O final, todavia, foi surpreendente. Achei esse desfecho bem satisfatório para tudo que aconteceu, apesar de um pouco corrido demais. Eu tinha alguma ideia de para onde a história ia se encaminhar, mas mesmo assim o autor conseguiu me surpreender. 

Em resumo, Jogador Número Dois não era uma continuação necessária, mas tem seu mérito como história. Sendo assim, deixo aqui minha recomendação a vocês. Tenho certeza que se derem uma chance à leitura não irão se arrepender.


Jogador número dois
Ernest Cline

Editora Intrínseca
Nota 4

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