Resenha - Um Caminho Para a Liberdade

Sinopse: "Cinco mulheres vão enfrentar uma cidade inteira por amor aos livros. E juntas vão descobrir o poder do conhecimento, da liberdade e da amizade. Em uma época em que não seguir os costumes e a religião era transgressão gravíssima, o caminho de um grupo de mulheres se cruza de maneira inesperada. A década de 1930 está chegando ao fim, e, em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, a ideia de que as moças administrem uma biblioteca itinerante desafia o status quo. Com o compromisso de levar livros para os moradores mais pobres da região, Margery, Alice, Beth, Sophia e Izzy aceitam trabalhar na biblioteca. E à medida que enfrentam inúmeras dificuldades, como aprender a cavalgar, percorrer rotas de difícil acesso e suportar o preconceito dos mais conservadores, elas fortalecem o laço que as une e descobrem mais sobre si mesmas. Em pouco tempo, toda a cidade se volta contra o grupo, colocando em risco a sobrevivência do projeto. E as mulheres vão se perguntar mais uma vez se o poder das palavras será suficiente para salvá-las. Inspirado em uma história real, Um Caminho Para a Liberdade fala de lealdade, independência e justiça. Com uma trama envolvente e emocionante, Jojo Moyes faz o leitor refletir sobre as redes de apoio e amizade entre mulheres e como é preciso ir além dos nossos — supostos — limites. Afinal, conquistar a liberdade nunca é fácil.

Em 1937, no interior dos Estados Unidos, algumas mulheres se reúnem em uma proposta revolucionária. Através de um incentivo governamental, uma biblioteca é fundada e tem como objetivo facilitar o acesso a informações nas áreas mais remotas do pais. Para que isso aconteça, as emissárias levam livros, revistas, jornais e quaisquer outro material literário até o interessado, montadas em um cavalo. Ninguém disse que seria fácil ou amplamente aceito, mas elas estão dispostas a fazer funcionar. E para isso, precisam de voluntárias.

Quando saiu da Inglaterra, Alice Wright pensou estar deixando para trás uma sociedade atrasada, onde as mulheres eram medidas por seu comportamento e tratadas com um enfeite de seus maridos. Imagine sua decepção ao atravessar o oceano e ir morar em uma casa muito parecida com a dos seus pais. Ela queria mais, precisava de mais! Trabalhar na biblioteca a cavalo lhe dava um pouco da liberdade pela qual ansiava, e também lhe proporcionou boas amigas naquela cidade.

Aquelas mulheres eram responsáveis pela alegria de muitos e pelo desagrado de outros. A comissária Margery O’Hare não tinha um histórico de dama exemplar e nem queria isso. Mas, mesmo que tivesse, o histórico que vinha junto com seu sobrenome nunca a deixaria em paz. Margery não media esforços para proteger quem precisasse e talvez por isso o dono da mina de carvão da cidade a odiasse tanto.

Essa ideia de trazer conhecimento para os mais pobres já era um problema por si só. Imagina, seus funcionários aprendendo que tinha direitos além dos que ele dizia que eram devidos? Ele precisava acabar com essa maluquice. Sendo Margery uma das envolvidas só lhe daria mais prazer. Ainda mais agora que sua nora resolveu se juntar a biblioteca e estava se tornando uma rebelde sem controle.

Jojo Moyes tem se mostrado uma narradora altamente descritiva. É maravilhoso pois nos faz sentir como se estivéssemos dentro da história, cavalgando pelos bosques ou caminhando na rua principal. Infelizmente, isso torna a leitura mais lenta do que desejamos. Então paciência, pois essa história vale a pena. A biblioteca a cavalo aconteceu de verdade, não é apenas um plano de fundo, é história.

A ambientação acontece mais de meio século atrás, com histórias fictícias, mas com problemas tão reais naquela época, quanto agora. As críticas sociais são inúmeras e é difícil, principalmente para uma mulher, não ser impactado por elas. Não espere um romance bobo ou tiradas cômicas. Essa é uma leitura impactante e necessária, que mostra o quanto as mulheres são e sempre precisarão ser fortes.

Um Caminho Para a LiberdadeJojo Moyes

Editora Intrínseca
368 páginas
Nota: 4,5



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