Resenha - Mulheres na luta

Sinopse: "Há 150 anos, a vida das mulheres era muito diferente: elas não podiam tomar decisões sobre seu corpo, votar ou ganhar o próprio dinheiro. Quando nasciam, os pais estavam no comando; depois, os maridos. O cenário só começou a mudar quando elas passaram a se organizar e a lutar por liberdade e igualdade. Neste livro, Marta Breen e Jenny Jordahl destacam batalhas históricas das mulheres — pelo direito à educação, pela participação na política, pelo uso de contraceptivos, por igualdade no mercado de trabalho, entre várias outras —, relacionando-as a diversos movimentos sociais. O resultado é um rico panorama da luta feminista, que mostra o avanço que já foi feito — e tudo o que ainda precisamos conquistar."

Em Mulheres na luta, HQ escrita por Marta Breen, ilustrada por Jenny Jordahl, acompanhamos a difícil trajetória de mulheres a frente de seu tempo, que não se contentavam com uma vida de submissão com pais e maridos que acreditavam cegamente que o papel da mulher na sociedade era agradar e ser útil ao homem para fazer-se amada e honrada por eles. Educando-os na juventude e tornando a vida mais confortável para os mesmos quando adultos.

Nessa obra acompanhamos de forma clara e objetiva a história de mulheres que lutaram pela igualdade de direitos e não recuaram mesmo quando precisaram sacrificar a própria vida enquanto almejavam um futuro diferente. E foi através da coragem e obstinação dessas heroínas que mulheres conquistaram o direito de voto, de trabalhar e garantir o próprio sustento, de possuir controle sobre o próprio corpo - dando início a revolução sexual dos anos 1960, com a chegada do método contraceptivo.

O aborto e a discriminação de mães solteiras também são retratados de forma marcante nessa leitura, demonstrando o desespero de mães e mulheres desamparadas pela sociedade. Muitas recorrendo a métodos ilegais e perigosos como única saída.

Questões como escravidão e feminismo negro também são abordadas, afinal os direitos conquistados por mulheres brancas não se estendiam necessariamente às mulheres negras, cabendo a cada uma lutar pela sua causa.

Outro ponto importante é a luta pelo amor livre. Mulheres eram oprimidas e forçadas a viver vidas heterossexuais em casamentos indesejados. Acreditava-se que exorcismos, orações e internações em hospícios eram opções para tratar o homossexualismo. Infelizmente mesmo após tantas conquistas do movimento, ainda hoje muitos homossexuais e transexuais continuam sofrendo agressões, sendo vitimas de crimes e de ódio gratuito.

E mesmo após esses 150 anos de lutas e conquistas, a mulher ainda precisa gritar para ser ouvida. A igualdade no mercado de trabalho ainda não existe e o direito de controle pelo próprio corpo ainda é questionado. Somos julgadas por nascermos mulheres, taxadas como o sexo frágil e muitas vezes objetificadas.

Nossa luta é diária e ainda temos um longo caminho a percorrer pelos direitos das mulheres, seja profissional, pessoal ou social. E enquanto a sociedade não reconhecer que independente do gênero, cor, posição social e crença somos todos iguais, precisamos continuar lutando e dando seguimento a essa história.

Mulheres na luta - Marta Breen e Jenny Jordahl
Editora Seguinte
128 páginas
Nota 5




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