Resenha - A Escola do Bem e do Mal

Sinopse: "No povoado de Gavaldon, a cada quatro anos, dois adolescentes somem misteriosamente há mais de dois séculos. Os pais trancam e protegem seus filhos, apavorados com o possível sequestro, que acontece segundo uma antiga lenda: os jovens desaparecidos são levados para a Escola do Bem e do Mal, onde estudam para se tornar os heróis e os vilões das histórias. Sophie torce para ser uma das escolhidas e admitida na Escola do Bem. Com seu vestido cor-de-rosa e sapatos de cristal, ela sonha em se tornar uma princesa. Sua melhor amiga, Agatha, porém, não se conforma como uma cidade inteira pode acreditar em tanta baboseira. Ela é o oposto da amiga, que, mesmo assim, é a única que a entende. O destino, no entanto, prega uma peça nas duas, que iniciam uma aventura que dará pistas sobre quem elas realmente são. Este best-seller é o primeiro livro de uma trilogia que mostra uma jornada épica em um mundo novo e deslumbrante, no qual a única saída para fugir das lendas sobre contos de fadas e histórias encantadas é viver intensamente uma delas."
Em Gavaldon, a cada quatro anos, no décimo primeiro dia do décimo primeiro mês, dois jovens são levados na calada da noite pelo Diretor, para A Escola do Bem e do Mal. Na teoria, um deles vai para a Escola do Bem, onde aprenderá a praticar as coisas boas e tornar-se uma princesa ou herói. Já o outro, na Escola do Mal, ganhará mestrado em vilania e tornar-se-á o nêmesis do Bem.

Sophie fez do propósito de sua vida ser levada para a Escola do Bem. Enquanto todos os outros jovens do vilarejo tentam encontrar uma forma de se protegerem, tudo que a garota mais quer é virar uma princesa e protagonizar seu próprio conto de fadas. Ela é uma menina cheia de frufrus, com várias dicas de beleza e vive em um mundo cor-de-rosa.

Agatha é a melhor amiga de Sophie e o completo oposto da garota. Ela não acredita nem um pouco nessa baboseira de contos de fadas e prefere passar os dias em sua casa no cemitério, com sua vibe emo-gótica-trevosa. Agatha não entende o que Sophie viu nela, mas aceita as peculiaridades da amiga e as duas vivem em perfeita harmonia, até a fatídica noite que tudo muda.

O tão esperado momento da escolha chega e Sophie está preparada para começar sua jornada em busca do Felizes para Sempre, tendo certeza de que a Escola do Bem a receberá de braços abertos. Só que o destino é um cara engraçado e as coisas não saem como planejado. Agora, ela e Agatha se verão em uma aventura, que não só vai mudar suas vidas, mas tudo aquilo que sabem sobre si mesmas. Estarão elas preparadas para o que está por vir?

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!

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A Escola do Bem do Mal foi lançado em 2014 pela Editora Gutenberg e desde aquela época eu sentia vontade de ler a obra. Esse ano, com a vinda do autor para a Bienal do Livro de SP, a editora resolveu apostar outra vez na série e ofertou o envio de um exemplar. Obviamente eu aceitei e assim que possível resolvi iniciar a leitura. E devo dizer que a espera valeu a pena. 

A escrita de Soman Chainani é leve, fluida e super envolvente. Há algumas semanas eu estava em uma ressaca literária sem fim e por mais que tentasse, nenhum me prendia. Então, quando iniciei a leitura desse, esperava que o martírio se repetisse, mas a história foi bem diferente. No primeiro capítulo eu já estava imerso na leitura e ansioso para saber como seria o desfecho da trama.

A narrativa é feita em terceira pessoa, alternando a perspectiva de Sophie e Agatha. As mudanças são um tanto abruptas e até eu me ambientar, confesso que me perdi algumas vezes. Porém, depois que você se acostuma, as coisas seguem plenamente bem. As duas personagens tem personalidades bastante diferentes e se completam à sua maneira.

Logo de cara eu me encantei por Sophie. Sabia de seus defeitos e entendia seu jeito afetado, mas ao mesmo tempo torcia pelo seu final feliz. Contudo, do meio do livro para o final, Agatha foi ganhando espaço e mostrando a que veio. Devo dizer que chegou um certo ponto onde foi difícil escolher uma preferida e amei essa dubiedade.

Outro ponto extremamente positivo da história foi a desconstrução dos esteriótipos de contos de fadas. Sabemos que esse tipo de narrativa se baseia em clichês e aqui não foi diferente. Porém, Chainani mostrou que as coisas nem sempre são contadas como realmente acontecem. Nem todo mundo é 100% do bem ou do mal e essa porcentagem da condição oposta, por menor que seja, pode causar inúmeras mudanças.

O desfecho foi de tirar o fôlego. Conforme o clímax foi se construindo, eu já não tinha mais unhas, tamanha minha ansiedade. Chainani deu um rumo à história que, particularmente, eu não esperava e eu queria muito saber como tudo se desenrolaria. O autor soube fechar o livro muito bem e ainda deixar algumas pontas, para explorar melhor nas continuações, que, a propósito, já quero ler!

A Escola do Bem e do Mal é um livro envolvente, com bastante ação, fantasia e que explora os limites do bem e do mal, da lealdade, do amor e da amizade. Eu estou completamente encantado por essa série e deixo aqui minha recomendação a todos vocês. Garanto que vale muito a pena!

A Escola do Bem e do Mal - Soman Chainani
Livro 01
Série A Escola do Bem e do Mal
Editora Gutenberg
352 páginas
Nota 4

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