Resenha - Meio Rei

Sinopse: "Filho caçula do rei Uthrik, Yarvi nasceu com a mão deformada e sempre foi considerado fraco pela família. Num mundo em que as leis são ditadas por pessoas de braço forte e coração frio, ser incapaz de brandir uma espada ou portar um escudo é o pior defeito de um homem. Mas o que falta a Yarvi em força física lhe sobra em inteligência. Por isso ele estuda para ser ministro e, pelo resto da vida, curar e aconselhar. Ou pelo menos era o que ele pensava. Certa noite, o jovem recebe a notícia de que o pai e o irmão mais velho foram assassinados e não lhe resta escolha a não ser assumir o trono. De uma hora para outra, ele precisa endurecer para vingar as duas mortes. E logo sua jornada o lança numa saga de crueldade e amargura, traição e cinismo, em que as decisões de Yarvi determinarão o destino do reino e de todo o povo. Joe Abercrombie nos apresenta um protagonista surpreendente, numa história de percalços e amadurecimento que abre a trilogia Mar Despedaçado."
Meia mão, meio homem, meio príncipe, e agora meio rei. Yarvi não pedira para ser o sucessor do trono de Gettland. Com sua mão atrofiada e carregando eternamente o desgosto que dera aos pais por ser um meio filho - devido à sua deformidade -, tudo o que ele mais queria era entrar para o Ministério, abandonando o seu direito de nascença e deixando o seu passado para trás.

Todavia, os deuses tinham outros planos para o garoto e, após o assassinato de seu pai e do irmão mais velho, pelas mãos de Gorm-gil-Gorm, o Quebrador de Espadas e Fazedor de Órfãos, rei de Vansterland; ele não teve escolha a não ser assumir o fardo do qual tentou fugir.

Sendo rei, Yarvi foi obrigado a aceitar como esposa a sua prima Isriun, a quem mal conhecia; e a liderar a batalha pela vingança do pai e do irmão, sem ao menos ser capaz de manejar uma espada e de segurar um escudo, sendo motivo de piada para todos os guerreiros que um dia seguiram o grande rei Uthrik.

Ainda assim, o meio rei está disposto a abraçar o destino que lhe foi imposto e vingar a sua família, ele só não imaginava que um plano muito maior estava sendo traçado por suas costas, um esquema sórdido no qual não lhe foi reservada posição nenhuma.

Querem saber mais? Então corram para ler o livro!

***

Sabem aquele livro que desperta a sua atenção pela capa? Pois bem, foi assim que começou a minha relação com Meio Rei. No início me fiz de difícil e me mantive distante por um bom tempo, só observando, sem ele saber de nada. Acabei descobrindo se tratar de uma obra de fantasia, apesar dos elementos fantásticos quase serem inexistentes nesse volume, mas me bastou ficar sabendo que havia uma guerra de pano de fundo, e que a trama era ambientada em um período como a Idade Média que, pronto, me conquistou e eu passei a desejar essa leitura.

Tendo como ponto de partida fatos bem comuns ao gênero, nos deparamos com um conflito entre dois países e com um protagonista que herdou um trono da noite para o dia e quer vingança. Pode parecer que não há nada de novo por aqui, porém não é bem assim, porque Yarvi, nosso herói, nunca quis ser rei. Além disso, ele sofre de uma má formação em uma das mãos, e esta característica, por si só, é um tanto inovadora, tendo em vista de que nunca tinha visto algo assim antes.

Por causa dessa particularidade - considerada uma abominação por todos em Gettland a ponto de ninguém considerar o caçula do rei Uthrik apto a assumir a sua posição - inicialmente o garoto abre mão de seu direito de nascença e decide se dedicar ao Ministério para tornar-se Pai Yarvi, um conselheiro de reis e uma pessoa que conhece os segredos da natureza.

Tudo corria bem, o filho renegado estava prestes a se livrar dos olhares de pena e de nojo sobre si, até que o seu irmão e o seu pai foram assassinados e ele não teve escolha se não assumir a posição a qual nunca ambicionou: tornar-se o rei de Gettland.

Acham que já estão sabendo coisas demais sobre o enredo? E se eu contar a vocês que isso tudo ocorre só no primeiro capítulo? Vocês não fazem ideia do que está por vir!

O começo da narrativa é bem acelerado, o autor não atropela os acontecimentos e nem deixa pontas soltas, apenas vai direto ao ponto. Caminhando para a metade o ritmo dá uma decaída antes de pegar um novo impulso para o final, entretanto, essa desaceleração se fez necessária não só para o desenvolvimento do protagonista, como para conhecermos melhor os personagens secundários.

Temos um grupo bem seleto e peculiar que acompanha Yarvi, tanto do lado dos mocinhos quanto dos bandidos. Tais personagens não são muito explorados, todavia, tomamos ciência de seu passado e suas próprias falas, ações e emoções nos fazem vê-los como velhos amigos e, deste modo, somos capazes de criar empatia por eles. Com exceção dos vilões, claro, embora eu tenha gostado muito de Shadikshirram.

Enquanto acompanhamos o herdeiro legítimo do trono de Gettland em sua jornada somos apresentados ao mundo de Mar Despedaçado. Por algumas localidades nós passamos rapidamente, e há outras onde nem chegamos a ir, mas já somos apresentamos ao panorama geral do território para estarmos bem situados para as continuações.

Joe Abercrombie fez um ótimo trabalho em Meio Rei, nos entregou uma história com começo, meio e fim, contudo, nos mantendo alerta para o que está por vir, porque a jornada de Yarvi será muito maior do que ele previra. E a sua sequência, Meio Mundo, já foi publicado pela Editora Arqueiro e em breve eu trarei a resenha dele para vocês também.

Meio Rei - Joe Abercrombie
Livro 01
Série Mar Despedaçado
Editora Arqueiro
288 páginas 
Comprar: Saraiva / Amazon
Nota: 5

8 comentários

  1. O livro já está na minha listinha de leituras.
    Parece ser uma história interessante e que te prende do início ao fim.
    Não conheço nada do autor, mas me parece que ele tem uma escrita muito boa.
    Sua resenha me deixou ainda mais interessada.
    Espero conhecer a obra em breve.
    Beijos,
    Caroline Garcia

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  2. Oi.
    Te entendo, tenho vários livros na minha estante que comprei só pela capa.
    Adoro livros de fantasia, e Meio Rei está na minha lista desde o lançamento, adoro quando o livro já começa sem mimimi e o autor vai direto ao ponto, me conecto melhor quando o livro é assim.
    Enfim não poderia deixar de ler.
    Bjs.

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  3. Parece ser um livro muito bom. Tambem curti a capa do livro, cheio de mistério e aparentemente muita aventura. Talvez algum dia eu leia.

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  4. Game of Thrones tem algo parecido com esse preconceito com o Tyrion Lannister, por ser anão.
    Achei interessante o fato desses acontecimentos todos serem logo no primeiro capítulo, um tanto difícil de se fazer, o escritor deve ter se estruturado bem!
    No aguardo da resenha do próximo livro :)

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  5. Gostei muito desse livro quando vi. Achei a sinopse legal e pelas resenhas ele parece ser bom mesmo. A escrita indo direto ao ponto é bem interessante e mesmo que possa decair um pouco o ritmo lá pelo meio do livro ainda assim é bom por dar a oportunidade de o leitor conhecer melhor os personagens. A história parece boa e envolvente, fácil de ler e se jogar nesse mundo.
    Gostaria de ler esses livros, parece que tem muita história boa vindo aí nessa jornada =)

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  6. Olá, gostei do enredo dessa série, me remete aos livros de Georde R.R. Martin. Pra quem gosta desse gênero o livro é um prato cheio. Beijos.

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  7. Laplace!
    Admiro a criatividade dos autores de livros de fantasia e aqui, veio o inusitado, porque nunca li também nenhum Rei que tenha algum tipo de deficiência física e aí está para mim o melhor, porque geralmente nos surpreendemos com as atitudes dessas pessoas, elas tendem a se superarem e mostrar que são melhores do que as pessoas esperam.
    Aguardarei a resenha do próximo livro.
    “Não confunda jamais conhecimento com sabedoria. Um o ajuda a ganhar a vida; o outro a construir uma vida.” (Sandra Carey)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP Comentarista de MARÇO, livros + KIT DE PAPELARIA e 3 ganhadores, participem!

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  8. De fato o título Meio Rei é bem apropriado, rs. Mas coitado, também. Fiquei imaginando que essa trama daria um bom filme, embora eu não curta ler esse tipo de livro. Bom que não tenha muitos elementos fantásticos, mas Idade Média não é o meu forte

    Abraço

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