Resenha - A Pedra Pagã

Sinopse: "Partilhando visões de morte e fogo, os irmãos de sangue Cal, Fox e Gage, e as mulheres ligadas a eles pelo destino, Quinn, Layla e Cybil, não podem ignorar o fato de que o demônio está mais forte do que nunca e que a batalha final pela cidade de Hawkins Hollow está a poucos meses de acontecer. A boa notícia é que eles conseguiram a arma necessária para deter o inimigo ao unir os três pedaços de jaspe-sanguíneo. A má notícia é que ainda não sabem como usá-la e o tempo está se esgotando. Compartilhando o dom de ver o futuro, Cybil e Gage podem descobrir a resposta para esse enigma se trabalharem juntos. Só que, além de não terem nada em comum, os dois se recusam a ceder aos próprios sentimentos. Um jogador profissional como Gage sabe que se entregar a uma mulher como Cybil – com a inteligência, a força e a beleza devastadora dela – pode ser uma aposta muito alta. E qualquer erro de estratégia pode significar a diferença entre o apocalipse e o fim do pesadelo para Hawkins Hollow. Em A Pedra Pagã, Nora Roberts encerra a emocionante trilogia A Sina do Sete, uma história sobre família, amor e amizade que consegue arrancar arrepios e suspiros de seus leitores."
ATENÇÃO, esta resenha pode conter spoilers dos livros anteriores. Leiam por sua conta e risco!

Ao fazer um pacto de sangue na noite em que completavam dez anos de idade, Gage, Fox e Cal libertaram um demônio secular. Desde aquela noite, a cada sete anos, uma loucura assassina paira sobre Hawkins Hollow durante uma semana. As primeiras tentativas de proteger a cidade do mal foram frustradas, mas com o reforço de Quinn, Layla e Cybil, o trio tem esperança de mandar Twisse de volta ao inferno de onde saiu.

Com um pai alcoólatra que lhe espancava constantemente, não foi surpresa para seus amigos ver Gage Thuner saindo de casa na primeira oportunidade que teve. Ele se tornou um homem do mundo e faz questão de aproveitá-lo ao máximo, mas sem fugir das suas responsabilidades. Por isso, a cada sete aniversários, ele aceita o risco de reencontrar o homem que mais odeia no mundo. Tudo para assumir seu lugar ao lado de seus dois melhores amigos para lutar contra o terror. 

Conforto nunca faltou a Cybil, que cresceu no seio de uma família abastada e contou com o amor incondicional de seu pai. Porém, ela precisou seguir escolher um caminho mais sinuoso para compreender e controlar a magia que emanava de si. A vida lhe deu Quinn e foi sua confiança na amiga que a levou até Hawkins, a cidade onde elas descobriram que compartilhavam o mesmo sangue. Onde um futuro até então improvável se apresentou na sua frente.

Premonições e sonhos se misturam constantemente na cabeça daqueles que possuem o dom de ver o futuro, mas a tarefe da distingui-los está cada dia mais difícil para Gage e Cyb. A proximidade do aniversário dos rapazes torna suas visões mais tenebrosas a cada noite e se eles quiserem acabar com isso de uma vez, precisam se entender e juntar forças. Cada detalhe é importante.

Se Twisse precisava de algum tempo para se recuperar do último ataque, nosso sexteto precisava de tempo para aprofundar suas investigações e preencher as últimas lacunas da história que os ajudaria a definir o futuro da cidade. O demônio nunca esteve tão forte e, caso não fosse exterminado dessa vez, era capaz de não haver uma próxima oportunidade.

Era evidente que o passado triste de Gage influenciou quem ele se tornou, mas ele era tão babaca que não consegui me solidarizar com ele. Até agora. Cybil também estava merecendo ganhar algum destaque. E não me decepcionei com a história que Nora apresentou. Eles são muito parecidos em tudo! Almas livres, pessoas do mundo, com senso prático muito aguçado e nenhuma crença em destino. A atração física existia, mas ver o caminho que seus amigos estavam tomando os deixava com medo de se entregar ao momento, por medo do futuro. Logo eles...

O desenvolvimento de personagens sempre se mostrou um ponto positivo na narrativa da autora. O casal já se conhecida, já havida passado do estágio inicial de estranhamento e acabam iniciando o livro um pouco abalados um com o outro. Quando decidem ceder ao desejo, são explosivos e sinceros. Não é casal romântico como Quinn e Cal, nem sonhador como Layla e Fox, eles são exatamente o que mostravam ser. Há alguns desentendimentos desnecessárias, mas é muito bom lidar com um casal que não briga porque um dos dois decidiu que alguma coisa não deveria ser dita.

A narrativa é ágil, mas fiquei com a sensação de que a autora ficou com preguiça de desenvolver algumas explicações periféricas. Como, por exemplo, quando mobilizaram os moradores para saírem temporariamente da cidade. Ninguém abandona sua casa com uma desculpa rasa baseada em fatos aleatórios só porque aconteceram de forma estranha, pera lá. E a batalha final ficou aquém dos embates anteriores. Não sei o que eu esperava, mas com certeza não era uma solução rápida descrita em poucas páginas. 

A Pedra Pagã ofereceu um final satisfatório para a trilogia e, como primeiro contato com a autora, posso dizer que fiquei empolgada em iniciar novas leituras.

A Pedra Pagã - Nora Roberts
Livro 03
Trilogia A Sina dos Sete
Editora Arqueiro
272 páginas
Nota 4

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