Resenha - Corte de Asas e Ruína

Sinopse: "Em meio à guerra, é seu coração que enfrentará a mais árdua das batalhas. O terceiro volume da série best-seller Corte de Espinhos e Rosas, da mesma autora da saga Trono de vidro. Em Corte de Asas e Ruína a guerra se aproxima, um conflito que promete devastar Prythian. Em meio à Corte Primaveril, num perigoso jogo de intrigas e mentiras, a Grã-Senhora da Corte Noturna esconde seu laço de parceria e sua verdadeira lealdade. Tamlin está fazendo acordos com o invasor, Jurian recuperou suas forças e as rainhas humanas prometem se alinhar aos desejos de Hybern em troca de imortalidade. Enquanto isso Feyre e seus amigos precisam aprender em quais Grãos-Senhores confiar, e procurar aliados nos mais improváveis lugares. Porém, a Quebradora da Maldição ainda tem uma ou duas cartas na manga antes que sua ilha queime."

Nesse terceiro volume da série, a autora vem com tudo e faz nossos corações de leitores sangrarem. Sério, é o livro mais intenso, e épico, até o momento.

"Que lugar melhor para planejar a queda do seu inimigo, para entender suas fraquezas, do que ao lado dele?"

É nesse ritmo que embarcamos nas primeiras páginas de Corte de Asas e Ruínas. Feyre, no final do segundo livro – quem se lembra? – se entrega a Tamlin e volta para a Corte Primaveril com sangue nos olhos, e jura destruir seu inimigo de dentro para fora. E olha... ela não tá de brincadeira, não!

Feyre chega com o pé na porta, derrubando tudo e todos que se colocam no seu caminho. Nesse terceiro livro, nosso protagonista tá mais do que emponderada, ela tá poderosa, e tomou posse dos poderes que lhe foi dado, e vai fazer muito bom uso dele ao longo das páginas desse livro.

Após seu retorno a Corte Noturna – sim ela volta! Amém! – e aos braços de seu amado Rhys e sua família, eles começam então a se preparar para a guerra iminente. Hybern começa a fechar o cerco, e eles sabem que falta muito pouco para que a guerra aconteça. Não posso deixar de destacar como foi lindo e intenso o reencontro desses dois, e como essa parceria linda, vai muito além do romantismo, segue para os campos de batalhas, para a vida.

"Se ele era a escuridão doce e aterrorizante, eu era a luz crescente que apenas as sombras podiam fazer existir."

Com isso nossos protagonistas enfrentam mais desafios e mais revelações são feitas, algumas bombásticas e outras nem tanto. Conhecemos mais a fundo a história de Mor e também de seu relacionamento com o Pai. Conhecemos mais de Lucien e de seu passado. 

Somos melhor apresentados a cada um dos Grãos Senhores de todas as cortes, conhecemos alguns segredos obscuros dos relacionamentos entre eles e outras coisas mais.

Rhysand e Feyre, assim como todos da sua corte, tentam juntar forças com todas as outras cortes para lutar contra Hybern, e esse é um desafio descomunal. Vai ser difícil juntar tantos poderosos e egocêntricos num só lugar. E a coisa pega fogo de várias maneiras e várias vezes.

Quando os Grãos Senhores parecem estar chegando a um acordo, mesmo com a presença e rancor de Tamlin a postos, eles começam então a planejar como enfrentar Hybern, começam a contabilizar seus exércitos, armas e forças. E percebem que nem com todos juntos, são capazes de derrotar o vilão, pelo menos não tão facilmente.

"Hybern pode ter os números, mas e se nós tivéssemos os monstros?"

No meio do caos e sem querer se render, Feyre é quem tem uma ou duas sacadas de mestre, e pensa em recrutar algo sombrio e desconhecido para lutar ao lado deles. A Grã-Senhora se mostra muito corajosa e eu a aplaudi de pé várias e várias vezes.

Além de toda a tensão e caos em torno da guerra, temos o nascimento de novos amores, reencontros de apertar o coração, e despedidas de histórias que vem de séculos atrás. 

"Estamos quebrados, todos nós," Mor disse. "Cada um a sua maneira - em lugares que ninguém consegue ver."

Anrem também fica mais evidente nesse livro, conhecemos mais do que ela é, do seu poder, da sua história, e olha... Haja coração!!!

Cassian... Ah... esse guerreiro arrebatou corações nesse livro, e talvez tenham arrebatado o dele também. Rs Além de estar mais evidente por conta da guerra e do grande guerreiro que é, Cassian, assim como o mestre das sombras, ganha mais destaque nessa parte da história. Por serem a linha de frente de Rhys e comandarem os guerreiros Illiryanos, eles vão ter seu momento de brilhar.

"Cassian nasceu para isso - esses campos de batalha, o caos e a brutalidade."

Outras duas que tem uma participação de peso e de extrema importância são as irmãs de Feyre, recém transformadas pelo Caldeirão, ou feitas por ele, como eles dizem.

"Se Elain era uma flor desabrochando em um campo de batalha, então Nestah... ela era uma lâmina recém forjada, esperando para derramar sangue."

Esse quote acima traduz totalmente as duas. Elain, inicialmente perdida, e aparentemente deprimida por sua nova vida imposta, dificulta para todos desvendarem quais são seus poderes. O que o Caldeirão deu a ela? Leva um bom tempo até conseguirem desvendar esse mistério.

"Uma rainha, assim era minha irmã. Terrível e orgulhosa; bela como um amanhecer no inverno."

Já Nestah... Parece que renasceu feita de aço. Dura, implacável e emanando um poder obscuro que ninguém entende, conhece, mas não ousam desafiar. Ela é um tremendo desafio para o guerreiro Illiryano. Cassian tenta a todo custo se aproximar, tenta treina-la e prepara-la para a guerra, mas a missão não é bem sucedida. Inesperadamente, ou talvez nem tanto, Anrem é quem consegue colocar a moça no cabresto, se é que é possível. Talvez a escuridão de ambas se atraia. 

Com a guerra acontecendo, sofremos lado a lado com nossos personagens queridos. Sofremos suas dores, cada golpe, cada surpresa. Comemoramos a cada pequena vitória. Mas com certeza choramos, choramos muito. A autora consegue estraçalhar nosso coração, deixar em frangalhos, e eu tive que conter o grito quando um acontecimento inaceitável ocorre.

É nesse fluxo interminável de novas informações, acontecimentos surpreendentes e chocantes que somos embalados, o tempo inteiro em que devoramos as quase 700 páginas como se não fossem nada! Sarah J. Maas consegue nos consumir e nos tirar o fôlego do início ao fim. É impossível largar a leitura antes de conclui-la. O final foi bem amarrado, e ao mesmo tempo deixou muitos ganchos para novas histórias, e que essa venham logo! 

Estou em choque até agora e sem dúvida nenhuma essa foi a melhor leitura do ano! 

Corte de Asas e Ruína - Sarah J. Maas

Livro 03
Série Corte de Espinhos e Rosas

Editora Galera Record
686 páginas
Nota: 5