Semana Tartarugas até lá embaixo - Resenha do livro - Dia 1

Sinopse: "Depois de seis anos, milhões de livros vendidos, dois filmes de sucesso e uma legião de fãs apaixonados ao redor do mundo, John Green, autor do inesquecível A culpa é das estrelas, lança o mais pessoal de todos os seus romances: Tartarugas até lá embaixo. A história acompanha a jornada de Aza Holmes, uma menina de 16 anos que sai em busca de um bilionário misteriosamente desaparecido – quem encontrá-lo receberá uma polpuda recompensa em dinheiro – enquanto lida com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Repleto de referências da vida do autor – entre elas, a tão marcada paixão pela cultura pop e o TOC, transtorno mental que o afeta desde a infância –, Tartarugas até lá embaixo tem tudo o que fez de John Green um dos mais queridos autores contemporâneos. Um livro incrível, recheado de frases sublinháveis, que fala de amizades duradouras e reencontros inesperados, fan-fics de Star Wars e – por que não? – peculiares répteis neozelandeses."
E aí pessoal, sejam todos bem-vindos à Semana Especial dedicada ao novo lançamento de John Green: Tartarugas até lá embaixo, publicado pela Editora Intrínseca. No post de hoje trago a vocês a resenha do livro. No decorrer da semana postaremos vários conteúdos interessantes, com direito a um super sorteio, não percam!

Vamos à resenha:

Aza Holmes era vítima de sua loucura. Aprisionada dentro de uma mente insana, vivia constantemente tendo ataques de ansiedade e de pânico por qualquer motivo, e quando chegava ao extremo, se machucava.

A sua maior obsessão eram os micróbios que viviam no seu organismo. Isso a fazia duvidar sobre si mesma a ponto de fazê-la questionar acerca do real domínio do seu corpo e dos seus pensamentos.

Ela era assim desde que se conhecia por gente, mas seus sintomas se agravaram depois que seu pai morreu, quando era ainda pequena. 

Reclusa e solitária, Aza tinha uma única amiga, Daisy, que era o seu total oposto. Mesmo sendo tão diferentes as duas se davam muito bem. Ao contrário de Aza, Daisy lutava contra as suas próprias dificuldades. Vinda de uma família com problemas financeiros, a garota tinha que se contentar em dividir o quarto com a irmã, andar sempre de carona e usar o celular para tudo, já que não tinha acesso a um computador para chamar de seu.

Mas o futuro das duas estava prestes a mudar. Davis Pickett, um empresário milionário, havia fugido no instante em que a sua ordem de prisão havia sido emitida. A recompensa por qualquer informação relevante era de 100 mil dólares, e as garotas sabiam onde começar a investigar, já que há muito anos Aza frequentava a residência dos Pickett.

Mesmo a contragosto, Aza aceitou ir atrás de Davis Junior, seu antigo conhecido, para sondar o território e ajudar Daisy nessa caça ao tesouro, mas mal sabia ela que essa desventura mudaria a sua vida para sempre.

Querem saber o que vai acontecer? Então leiam.

***
Sou fã da escrita de John há tempos e já li tudo o que foi lançado dele no Brasil, e não podia deixar Tartarugas até lá embaixo para trás. Duas coisas de que gosto muito em sua escrita são o senso de humor de seus personagens e o tom esperançoso que ele dá ao texto, deixando a entender de que mesmo que tudo esteja ruim, vai acabar dando certo no final. Curiosamente, não foi o que encontrei aqui.

Comecei a leitura às cegas, sem nem ao menos saber sobre o que se tratava o livro, e me dei de cara com uma protagonista muito estranha, que me causou um certo desconforto. Aza é pirada. Totalmente pirada, e fiquei preocupada com o fato de ficarmos a obra toda imersa em suas sandices. 

Entretanto, achei muito importante conhecermos um pouco mais sobre o transtorno obsessivo compulsivo, uma doença tão estigmatizada, para compreender mais acerca do TOC e quebrar alguns preconceitos. Ao mesmo tempo em que fiquei chocada com certas atitudes de Aza, também morri de pena dela, porque sabia que no fundo ninguém conseguia entendê-la ou ajudá-la.

Nesse sentido, achei o exemplar um tanto quanto obscuro e depressivo, todavia, detentor de uma boa dose de realidade, mostrando que a vida é sim difícil e que nem sempre conseguimos vencer os nossos obstáculos, mas que os nossos problemas podem ser amenizados quando temos pessoas que nos amam, ao nosso redor, para nos ajudar.

A narrativa, que é feita em primeira pessoa, ganha um pouco mais de ação e mistério quando Aza e Daisy decidem desvendar o desaparecimento do milionário Pickett. Para isso, Aza se reaproxima de Davis, um antigo amigo e, acaba se apaixonando, tornando a sua vida bem mais difícil.

Por mais que encontrar Pickett e receber a recompensa por quaisquer informações relacionadas à sua fuga não seja o foco do enredo, achei um tanto quanto fantasioso certos acontecimentos inseridos no volume, como o fato de as meninas receberem uma bolada de dinheiro e nem ao menos contarem aos seus pais. Mas, enfim, acredito que todos os elementos aqui trabalhados tiveram como objetivo atingir Aza, e o nosso papel era observar tudo o que ia acontecer e como ela ia reagir.

Apesar de ter me incomodado com alguns aspectos, este foi um livro que não consegui parar de ler, tanto por ter ficado intrigada com a protagonista, quanto por ter ficado muito curiosa a respeito do futuro dos personagens.

De maneira inteligente, informativa e delicada, John nos mostra que todos somos diferentes um dos outros, que temos os nossos próprios desafios e demônios, mas que somos capazes de seguir em frente independente do empecilho, seja por termos metas e sonhos, seja por um grande amor ou uma amizade duradoura.

Repleto de metáforas, referências ao universo geek e ao Star Wars, e com algumas quebras de estereótipos, Tartarugas lá embaixo vai mexer com as suas entranhas, até o último micróbio.

Tartarugas até lá embaixo - John Green
Editora Intrínseca
256 páginas 
Nota 4

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