Sinopse: "Um encantador realismo mágico à la irmãs Brontë. Na cidade galesa do início do século XIX, não há ninguém como Morgana. Embora seu raciocínio seja afiado, ela não fala desde que era menina. Seu silêncio é um mistério, assim como seus dons mágicos e a má sorte que bate à porta dos que lhe fazem mal. Preocupada com a segurança da filha, sua mãe não vê a hora de casar Morgana, e o tropeiro Cai Jenkins, parece a melhor escolha. Após o casamento, ela logo se apaixona pela fazenda de Cai e as montanhas selvagens que a rodeiam. Suas estranhas habilidades começam a ser notadas na aldeia. Uma força maligna está agindo no local — uma pessoa que não sossegará até fazer com que todos se virem contra Morgana, mesmo à custa daqueles mais próximos a ela. Forçada a proteger sua casa, seu homem e a si de todo o mal que se possa imaginar, Morgana deve aprender a controlar o próprio poder... ou acabará perdendo tudo."
Cai era um condutor de rebanhos, dono de uma importante fazenda da
região. Desde o falecimento do seu pai, ele herdou o posto de porthman,
considerado um senhor respeitável, responsável por transportar animais e
correspondências de sua aldeia, no país de Gales, até Londres, na
Inglaterra. Porém, para reivindicá-lo, Cai precisava ser casado e ter
uma mulher para quem voltar após cada expedição e, para o infortúnio do
jovem, fazia pouco que sua esposa, Catrin, havia morrido depois de dar a
luz.
Por causa disso, Cai decidiu ir até outro
vilarejo pedir Morgana em casamento, para a infelicidade da garota.
Morgana não era uma jovem comum. Além de muda, parecia uma selvagem,
pelo fato de querer ficar constantemente entre os animais, ao ar livre, e
não ter nenhuma aptidão para cuidar de um lar. Morgana tinha sangue
mágico correndo nas veias, herdado da ascendência cigana do pai. Sua
mãe, que sabia estar doente e que não queria deixar a filha desamparada,
fez de tudo para o casório dar certo. E assim Morgana foi embora com Cai como a
nova Sra. Jenkins.
Desde o início Cai deixou
claro de que aquela união era por puro interesse, então não tinha
intenções de se apaixonar pela moça. Portanto, não forçou nenhuma
aproximação. Morgana, sem saber o que esperar ou como agir, se esforçou
para se tornar a dona daquela casa. Mas os problemas começaram a
acontecer quando Cai a apresentou para a sociedade.
Humilhada,
ridicularizada e desencorajada por causa da sua aparência e dos seus
modos diferentes, Morgana libertou a raiva que sentiu da pior maneira
possível, de forma sobrenatural, invocando, mesmo sem querer, os
elementos da natureza, despertando a ira de uma Bruxa que vivia entre
eles e que sempre quis a fazenda onde eles residiam para si. Ali jazia
um poço, capaz de lançar os maiores encantamentos e maldições, e a Bruxa
deixou claro de que não iria descansar até tomar aquelas terras.
Agora
cabia à Morgana admitir para si mesma de que era uma Feiticeira, para
treinar e controlar o seu dom a fim de combater a Bruxa e a todos que se
colocassem contra si e à sua nova família.
Se
não bastasse esse grande desafio, Morgana ainda teria que lidar com seus
sentimentos conflitantes para com Cai, seu primeiro amor.
Numa
época em que era perigoso ser acusado de feitiçaria, Morgana terá que
aprender em quem confiar se quiser vencer essas batalhas.
Desde
que me conheço por gente sou apaixonada pelo universo mágico e, quando
li A Filha da Feiticeira, de Paula Brackston, fiquei encantada com a
sua escrita e com o seu conhecimento sobre bruxaria.
Apesar
de ter adorado me transportar para uma outra época, e conhecer um pouco
mais sobre os costumes daquele povo, bem como me deleitar com as cenas
envolvendo magia, admito ter me incomodado com alguns aspectos dessa
narrativa.
A começar por algumas explicações
que penso que ficaram faltando, talvez por eu ter querido me sentir mais
partícipe na vida de Morgana, como: que doença afinal era aquela que
sucumbiu com sua mãe tão rapidamente? E o que foi que houve com o pai da
garota que sumiu do nada e levou junto consigo a voz dela?
A
autora escreveu tantas páginas descrevendo os cenários e a condução de
rebanhos que podia ter nos dado mais informações. Também senti falta de
um maior relato sobre Catrin e o parto que tirou sua vida.
Se
eu fosse analisar friamente, diria que A Feiticeira do Inverno tem um
desenvolvimento bem lento, que me obrigou a fazer leitura dinâmica em
certas partes, mas que de maneira surpreendente me conquistou. Talvez
por eu ter adorado a protagonista e a sua relação com a natureza. Ou
porque amei o relacionamento amoroso que surgiu entre ela e Cai, que é
um homem maravilhoso. E também por conta da Sra. Jones, a empregada
doméstica da fazenda que ao longo da obra ganhou bastante destaque e que
foi uma grande mulher. Também achei muito legal a escolha de Paula dar
voz à Morgana escrevendo as suas partes em primeira pessoa, para que
compartilhássemos de seus pensamentos e angústias, a compreendendo
melhor; enquanto contava em terceira pessoa tudo mais o que acontecia.
Lá
pelas tantas achei que esse exemplar teria continuação, pois a história
estava acabando e nada de haver o embate final entre Morgana e a tal
Bruxa, que não vou revelar quem é para não dar spoilers. Mas não.
Brackston concluiu tudo nas últimas folhas, me deixando desgostosa, por
achar que este enredo careceu de ação, emoção e obscuridade.
Em
suma, A Feiticeira do Inverno pode não ter suprido todas as minhas
expectativas, mas serviu para tornar algumas das minhas tardes mais
agradáveis e me fez suspirar e torcer para que o amor vencesse.
A Feiticeira do Inverno - Paula Brackston
Mi!
ResponderExcluirNossa! Gostei demais da sua resenha e do livro.
Adoro livros com magia e seres com poderes.
Realmente o silêncio de Morgana intriga muito e seria bom saber o que aconteceu para que se calasse diante do mundo.
E o romance? Deve ser lindo!
Quero ler.
Desejo uma ótima semana!
“A vida guarda a sabedoria do equilíbrio e nada acontece sem uma razão justa.” (Zíbia Gasparetto)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE AGOSTO 3 livros, 3 ganhadores, participem.