Resenha - Magônia

Sinopse: "Aza Ray nasceu com uma estranha doença incurável que faz com que o ato de respirar se torne mais difícil. Aos médicos só resta prescrever medicamentos fortes na esperança de mantê-la viva. Quando Aza vê um misterioso navio no céu, sua família acredita que são alucinações provocadas pelos efeitos do medicamento. Mas ela sabe que não está vendo coisas, escutou alguém chamar seu nome lá de cima, nas nuvens, onde existe uma terra mágica de navios voadores e onde Aza não é mais a frágil garota enferma. Em ''Magônia'', ela não só pode respirar como cantar. Suas canções têm poderes transformadores e, através delas, Aza pode mudar o mundo abaixo das nuvens. Em uma brilhante e sensível estreia no gênero young adult, Maria Dahvana Headley constrói uma fantasia rica em nuances e cheia de simbolismo."
Desde pequena, Aza Ray sofre com uma doença em seus pulmões que torna sua respiração difícil. Além disso, essa disfunção afetou outros órgãos, já que seu coração encontra-se no local errado do corpo. A doença é tão rara que ela foi o primeiro caso diagnosticado e, com isso, tal moléstia foi batizada com seu próprio nome, a Síndrome de Azaray. A menina não devia estar viva, mas está com 15 anos e pronta para seu 16º aniversário.

A vida de Aza Ray muda radicalmente quando ela avista no céu um misterioso navio e ouve vozes chamando seu nome. Ela acredita que isso não passa de mais um dos seus delírios e prefere não dividir com ninguém além de Jason, seu melhor e único amigo. 

Por incrível que pareça, até aí tudo bem. Porém, quando um incidente envolvendo um pássaro que entra em sua boca e se aloja em seus pulmões, ocasionando a sua ida para o hospital, faz com que Aza seja puxada para o céu pelo navio que havia visto, e daí ela começa a desconfiar de que não tenha tido uma simples alucinação.

Aza acorda a bordo da embarcação, cuja tripulação era formada por criaturas metade humanas, metade pássaros. Eles dizem que ela não é quem acreditou ser durante sua vida. Aza Ray não é humana, mas sim uma magoniana. Sendo filha da Capitã, ela tem grandes feitos reservados no seu destino e precisa aprender a desenvolver seus poderes.

A garota é a esperança de um povo que está ficando sem recursos, mas antes que descubra mais sobre seus dons, Aza precisa aprender mais sobre o seu povo e sobre si mesma. Foram quase dezesseis anos vivendo entre os afogados na Terra e agora ela está nos céus, podendo respirar normalmente, e isso por si só já é uma grande mudança em sua vida.

Contudo, Aza não está muito disposta a acreditar em tudo o que lhe contam. Como fazer para aceitar essa nova vida e esquecer sua família e Jason, que estão na Terra acreditando que ela morreu? Não será nada fácil, menos ainda quando ela perceber que não tem escolha a não ser soltar sua voz. Literalmente.

Querem saber o que vai acontecer? Então não deixem de ler!

***

Sou aquele tipo de leitor que é conquistado pela capa e já adquire o livro sem nem saber do que se trata, se esta for atrativa. Então, quando vi a capa de Magônia dentre os lançamentos da Galera Record, a paixão foi tão imediata que o solicitei, sem antes ler a sinopse. Quando ele chegou aqui, resolvi lê-lo imediatamente e a surpresa não foi muito agradável.

Aqui temos uma fantasia onde existe este mundo, Magônia, se desenvolvendo acima do nosso, onde criaturas pássaros cantam para tudo e roubam as plantações dos humanos para se alimentar e navegam em barcos enormes, que voam pelos céus graças a criaturas aladas amarradas aos seus mastros. Sim, essa é uma história fantástica e interessante, só que não funcionou para mim.

A escrita de Maria Dahvana Headley é bastante poética e rebuscada e por isso não consegui me prender. Demorei quase duas semanas só para chegar na metade da obra e em vários momentos me vi pensando em abandonar a leitura. Gosto de tramas de fantasia, mas essa especificamente não me cativou da forma que as outras que li conseguiram.

Magônia é narrado em primeira pessoa, sob a perspectiva de Aza Ray. Esse foi outro problema para mim, porque não consegui me conectar à personagem. Gostei da personalidade dela, que vive cada dia como se fosse o último e não se deixa abalar por sua doença. Todavia, assim que acorda em Magônia, ela fica muito suscetível àquilo que lhe dizem. Ela contesta, sim, mas não imediatamente, o que me incomodou bastante.

Os outros personagens seguem a mesma linha da protagonista em questão de empatia. O único que me cativou foi Jason, com seu jeito exótico de encarar os fatos. Ele é um grande companheiro de Aza Ray e em momento algum acredita que ela morreu, determinando-se a encontrá-la, onde quer que esteja.

O final foi no mínimo estranho. Quando comecei a gostar do decorrer do texto, que foi quando a autora finalmente inseriu bastante ação no enredo e começou a explicar certas coisas, Headley deu uma resolução simples demais aos conflitos e ficou tudo um tanto difícil de engolir. As pontas soltas para a continuação não me animaram nem um pouco, então é certo de que não vou insistir na série.

Sobre a edição física, a Galera Record fez um bom trabalho. A capa é uma adaptação da original e, como disse acima, é lindíssima. A diagramação é simples, as páginas são amareladas e a fonte é grande. A revisão está boa, mas encontrei uns errinhos, no entanto, nada que prejudique a leitura, mas que poderiam ter sido evitados.

Magônia não me convenceu, mas tenho certeza que para os fãs do gênero será um prato cheio. Sendo assim, deixo aqui a minha recomendação. Leiam e me contem o que acharam. Vocês podem se surpreender!

Magônia - Maria Dahvana Headley
Livro 01
Série Magonia
Editora Galera
308 páginas
Comprar: Saraiva / Amazon
Nota 3

3 comentários

  1. Também me apaixonei pela capa, muito capricho <3
    Uma pena que a escrita da autora não conseguiu te prender :(
    A história parece ser tão boa...
    Mas ainda estou bem curiosa em relação a obra.
    Espero ler em breve.
    Beijos,
    Caroline Garcia

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  2. Oi Leonardo!

    Tbm adoro fantasia. É um gênero que sempre consegue me conquistar, mas... qdo comecei a ler a resenha já senti uma coisa sabe? Fiquei pensando: "mas o que é isso?" rsrsrsrsrs
    Creio que a ideia tenha sido boa, mas tbm não me convenceu.

    Ótima resenha como sempre!
    Bjo bjo^^

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  3. Olá!
    Também sou apaixonada por essa capa e a premissa me conquistou, desde que começou a divulgação do livro. Que pena que a leitura não ter sido tão satisfatória para você. Mas mesmo assim, tenho boa expectativa. Ótima resenha. Abraços.

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