Sinopse: "Florença, o berço do Renascimento. Um lugar culturalmente fervilhante,
perfeito para quem quer esconder segredos ou está em busca de uma
segunda chance. Como a doce Raven, que se muda para a cidade na
tentativa de esquecer os traumas do passado e se dedicar à sua maior
paixão: a restauração de pinturas renascentistas. Um dia,
voltando para casa do trabalho na Galleria degli Uffizi, sua vida muda
para sempre. Ao tentar evitar o espancamento de um sem-teto, Raven é
atacada. Sua morte parece iminente, mas seus agressores são impedidos e
brutalmente assassinados. Assustada e prestes a perder os sentidos, ela
só consegue vislumbrar uma figura sombria que sussurra: Cassita
vulneratus. Ao despertar, Raven faz duas descobertas
perturbadoras: uma semana se passou desde o ocorrido e ela se
transformou por completo. Quando volta ao trabalho, mais uma surpresa:
alguém conseguiu burlar o sofisticado sistema de segurança da galeria e
roubar a inestimável coleção de ilustrações de Botticelli sobre A divina
comédia. Em busca da verdade, Raven cairá diretamente nos braços
do Príncipe de Florença – tão belo quanto poderoso, tão sedutor quanto
maligno –, que lhe apresentará um submundo de seres perigosos e
vingativos, cujas leis ela precisa aprender depressa se quiser se manter
viva e salvar os que a cercam. A transformação de Raven marca o
início da série Noites em Florença, cujos personagens foram apresentados
em O príncipe das sombras."
A Transformação de Raven é o primeiro livro da série Noites em
Florença, cuja introdução, O Príncipe das Sombras, foi publicada recentemente
em um volume separado e vocês podem conferir a resenha AQUI.
O Príncipe venceu a guerra iniciada com a tentativa de
assassinato que postergou seus planos de reaver seu bem mais precioso: as
ilustrações de Botticelli sobre a Divina Comédia. Dois anos depois e com seu
território expandido, o Príncipe, afinal, pôde colocar sua estratégia em
prática e resgatá-las. O casal Emerson, responsável pelo ressurgimento das
obras, também está de volta à cidade. A vingança finalmente será completa, e
os Emersons pagarão pelo roubo de mais de um século atrás.
Raven volta para casa após celebrar o aniversário de uma
colega, quando se depara com uma cena revoltante. Ângelo, o sem-teto que vive
em uma ponte nas proximidades, é violentamente espancado por três homens sem
escrúpulos. Sua deficiência não permite que faça muito e ela sabe que jamais
conseguirá correr para fugir dos homens, mas também não pode assistir àquela
cena de braços cruzados. É assim que O Príncipe de Florença acaba encontrando
Raven, em um beco escuro, gravemente ferida e prestes a ser violada por sujeitos
que não verão o sol nascer.
Na segunda-feira, ao voltar para o trabalho como
restauradora de obras de arte na Galleria degli Uffizi, ninguém a reconhece. A
própria Raven tem dificuldades em acreditar que aquela pessoa refletida no
espelho é ela mesma. A deficiência de sua perna, que a acompanhava desde os 12
anos, havia milagrosamente desaparecido, ela está magra, do dia para a noite, e
agora é uma mulher extremamente atraente.
Qualquer explicação lógica é impossível, assim como se torna
difícil entender que uma semana havia inexplicavelmente se passado, durante a
qual, as obras de Botticelli sobre o livro de Dante tinham sido roubadas e
Raven, após seu misterioso sumiço, havia se tornado a principal suspeita. Agora, ela
precisa descobrir o que de fato aconteceu durante o tempo do qual não se
recorda e embarcar numa jornada que pode trazer riscos ainda maiores do que
ser indiciada por roubo de patrimônio histórico.
***
Vampiros, vampiros, vampiros. Vocês fazem de mim uma leitora
feliz.
Como dividi com vocês na resenha de O Príncipe das Sombras,
o mundo vampírico de Sylvain Reynard é bastante sombrio e beira ao medieval.
Neste volume, não temos descrições tão detalhadas de atividades no submundo,
entretanto, a personalidade de seus membros ainda confere o tom antigo,
misterioso e sanguinário que tanto adoro nesse tipo de história.
Raven, para mérito do autor, foge ao perfil e quebra
completamente o padrão de beleza estabelecido nesta literatura, razão pela qual
Sylvain merece ser aplaudido em pé. Se os vampiros são tão velhos e o conceito
do belo mudou tanto ao longo dos séculos, por que as mocinhas destes livros
precisam ser magras, bonitas e em sua maioria atléticas conforme o padrão de
beleza atual? Parabéns, querido autor, por ser do contra e tornar isso lindo.
Escrita em terceira pessoa, a história permite ao leitor
conhecer pensamentos e anseios de diferentes personagens, todavia, o clima de mistério
é o que reina, chegando por vezes a me irritar por ser mantida “nas beiradas” sem
saber de determinados fatos de uma vez. Não são revelações chocantes as que permanecem escondidas, e nem é algo
que mude o rumo da trama e, por este motivo, penso ser desnecessário fazer
tanto segredo sobre algumas coisas.
A Transformação de Raven possui ação, mas também romance e
cenas tórridas. O Príncipe William – isso mesmo, temos mais um Will delicioso
no mundo literário, senhoras e senhores! – é um vampiro muito antigo que vê seu
reinado em risco ao mesmo tempo em que se encanta por uma mortal, o que, do
ponto de vista de seu povo, pode ser um erro sem retorno. Mas afinal, o que faz
a vida eterna valer a pena?
Apesar de a premissa ser envolvente e do autor ter acertado
em muitas das escolhas na construção da obra, Sylvain Reynard cometeu também
alguns deslizes. O primeiro deles, em minha opinião, foi manter Gabriel e Julia
Emerson como parte do enredo. Eles são completamente inúteis na narrativa e, a
despeito de William falar em vingança contra eles com certa frequência, nada de
fato ocorre, e nós sabemos que jamais vai acontecer. Fica claro que o único
motivo para eles seguirem como parte da história é conquistar os fãs da
trilogia Inferno de Gabriel. Algo dispensável. O livro tem um bom desenvolvimento
e se sustenta sozinho, sem necessidade deste tipo de subterfúgio.
Outra escolha que considero um equívoco por parte de Reynard refere-se ao excesso do uso
de parênteses no texto. Se o personagem está pensando algo consigo mesmo,
existem outras formas de colocar isto para o leitor, como o uso do itálico, por
exemplo. Em outros momentos, o parênteses serve para explicar algo ao leitor,
como se ele fosse estúpido e não tivesse entendido. Mais uma vez, sem necessidade.
E, por último, e este foi um erro que ocorreu poucas vezes,
mas que me fez revirar os olhos, foi o fato de Raven passar, de repente, a se
portar como uma mocinha de livros new
adult quando seu romance começa a engrenar. Quando isso ocorreu, acabou por
tirar completamente o ritmo do livro. Temos uma super história sobrenatural
repleta de assassinatos e com um vampirão lindo, antigo e malvadão e aí, do
nada, presenciamos ele sentado no sofá assistindo a um filme e comendo pipoca porque
a mocinha quer uma noite de “amigos”. Foi tipo Lestat tendo uma noite de Edward
Cullen. Não ficou legal.
Como eu disse, querer misturar Inferno de Gabriel com Noites
em Florença não funcionou. As histórias são diferentes, os estilos literários
são distintos e o ritmo é outro. É necessário separá-las e espero que o autor faça
isso nos próximos volumes, pois, apesar dos fatos que citei acima, esta nova série é
sim muito boa e quero seguir acompanhando-a.
Visualmente, Noites em Florença está se saindo muito bem. As
capas são escuras e insinuantes, despertando a curiosidade do leitor. Em seu
interior, as folhas são amareladas e possuem o perfume preferido da viciada que
vos escreve. O espaçamento entre linhas é simples, assim como toda a
diagramação. A página de rosto é belíssima, com uma reprodução de Florença em
preto e branco à noite e, logo após, a obra Primavera, de Botticelli, é
retratada, por ser uma das mais discutidas neste volume. A falha está nos erros
de revisão, pois encontramos muitas palavras com escrita errada e nomes
incorretos.
E por falar em reproduções de arte, este é um dos pontos que
mais me conquistou na série Noites em Florença. Ao ler, você acaba aprendendo
muito sobre arte, história e até mesmo música. Em O Príncipe das Sombras
dediquei incontáveis horas à pesquisa de assuntos mencionados no livro. Com A
Transformação de Raven não foi diferente. Sylvain transmite um encantamento tão
grande pela arte que é impossível não ser contagiado. Mal posso esperar pelo
próximo livro e por todas as novas análises que ele trará. Além, é claro, de
descobrir qual rumo tomará a história de William e Raven.
A Transformação de Raven - Sylvain Reynard
Livro 01
Livro 01
Série Noites em Florença
Editora Arqueiro
448 páginas
Comprar: Saraiva
448 páginas
Comprar: Saraiva
Mi,não gosto de histórias com essa temática de vampiros,porém a história parece ser repleta de aventuras e também trazer um pouco sobre artes o que por outro lado é interessante,mesmo assim não pretendo me aventurar...Bjs!!!
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