Resenha - Quem era ela

Sinopse: "Tudo que é seu hoje, um dia já foi dela. Ela era como você. E, ao tentar fugir, você fará as mesmas escolhas e seguirá pelo mesmo caminho. É preciso responder a uma série de perguntas, passar por um criterioso processo de seleção e se comprometer a seguir inúmeras regras para morar no nº 1 da Folgate Street, uma casa linda e minimalista, obra-prima da arquitetura em Londres. Mas há um preço a se pagar para viver no lugar perfeito. Mesmo em condições tão peculiares, a casa atrai inúmeros interessados, entre eles Jane, uma mulher que, depois de uma terrível perda, busca um ponto de recomeço. Jane é incapaz de resistir aos encantos da casa, mas pouco depois de se mudar descobre a morte trágica da inquilina anterior. Há muitos segredos por trás daquelas paredes claras e imaculadas. Com tantas regras a cumprir, tantos fatos estranhos acontecendo ao seu redor e uma sensação constante de estar sendo observada, o que parecia um ambiente tranquilo na verdade se mostra ameaçador. Enquanto tenta descobrir quem era aquela mulher que habitou o mesmo espaço que o seu, Jane vê sua vida se entrelaçar à da outra garota e sente que precisa se apressar para descobrir a verdade ou corre o risco de ter o mesmo destino. Com um suspense de tirar o fôlego e um clima de tensão do início ao fim, JP Delaney constrói um thriller brilhante repleto de reviravoltas até a última página. Uma história de duplicidade, morte e mentiras. O livro teve os direitos de publicação vendidos para mais de trinta e cinco países e sai no Brasil pouco mais de um mês depois de seu lançamento nos Estados Unidos. Com direitos já adquiridos para o cinema, Quem era ela está atualmente em fase de filmagens, dirigidas pelo vencedor do Oscar Ron Howard."
ANTES - Emma havia sido assaltada. Dois delinquentes encapuzados invadiram o seu apartamento enquanto seu namorado, Simon, não estava. Traumatizada até a raiz do cabelo, Emma só queria saber de se mudar, mas nenhum apartamento que visitavam lhe conferia a segurança que a jovem buscava. Até conhecerem a casa na Folgate Street nº 1.

Projetada por Edward Munkford, um renomado arquiteto, mundialmente premiado e conhecido por suas construções minimalistas, a residência não tinha nada de trivial, a começar por sua estrutura, que mais parecia um bunker e se destacava das demais, provocando os moradores locais.

Além disso, a moradia era um tanto quanto inteligente, possibilitando ao inquilino controlá-la por meio de aplicativos instalados no celular, lhe garantido um maior conforto e pessoalidade.

Mas para usufruir de tais peculiaridades havia um custo, e não estou falando de dinheiro, mas de sacrifícios pessoais. Para começo de conversa, o candidato a morador deveria preencher um enorme questionário e, se aprovado, seria pessoalmente entrevistado pelo construtor. Ao chegar na última etapa, deveria assinar um contrato composto de inúmeras cláusulas e proibições que seriam capazes de mudar o estilo de vida de qualquer um.

O que ninguém imaginava é que tal casa se tornaria o cenário de tantas mortes que marcariam e entrelaçariam a vida de tanta gente.

AGORA - Jane perdeu sua bebê. Após 9 meses de gravidez, Isabel nasceu morta. Sentindo-se completamente perdida na vida, sem ninguém com quem dividir a sua dor, Jane largou o emprego e decidiu se mudar, mas com o alto preço dos aluguéis, o único local que encontrou e que cabia em seu orçamento ficava na Folgate Street nº 1.

Desde que fora entrevistada por Edward, Jane se sentiu fisgada por aquele homem rígido e poderoso, e o interesse mostrou-se mútuo quando Monkford a procurou. Mas ele não era nada parecido com nenhum homem que Jane já havia conhecido. Edward era controlador e perfeccionista, e deixou claro que não queria se comprometer em nenhum relacionamento.

Aceitando as imposições do amante, as visitas de Edward à casa passaram a ser mais frequentes, e quanto mais Jane convivia com ele, mais se assustava com seu comportamento frio e distante. Quando soube que Emma havia namorado Monkford e tinha morrido de maneira misteriosa ao pé da escada, Jane decidiu investigar por conta própria o ocorrido na tentativa de desvendar o culpado, pois tinha receio de estar dormindo com o assassino. Será que Jane corre perigo? 
 
Querem saber o que vai acontecer? Então leiam!

***

Quem era ela chegou para mim de uma maneira muito inusitada. Assim como Emma e Jane, tivemos que responder a um questionário com algumas perguntas bem absurdas, que depois percebi que haviam sido retiradas da história; e somente os que foram considerados dignos do livro é que o receberam através de uma ação feita pela Editora Intrínseca. Embalado em uma caixa, com dizeres sobre o antes e o depois da narrativa, em cada um dos lados; a embalagem contribuiu para criar uma áurea de mistério sobre a obra.

Fazia semanas que eu tentava ler algo e não conseguia, nada me prendia e eu estava me sentindo entediada, e decidi dar uma chance a Quem era ela e só posso dizer que foi a melhor coisa que fiz. Fiquei absorta logo nas primeiras páginas e não consegui parar até chegar ao fim.

Escrito em primeira pessoa, o texto é intercalado entre as protagonistas, Emma e Jane, e nos mostra de maneira complementar o que aconteceu com ambas em duas janelas diferentes de tempo: o antes e o agora.

O que mais amei na escrita do autor é que em momento algum sabemos quem está falando a verdade. Encontramos tantas versões diferentes sobre um mesmo fato que passamos a desconfiar até da nossa sombra. Isso muito me lembrou de Garota Exemplar, que utilizou do mesmo artifício, nos revelando os segredos dos personagens de forma homeopática de modo que descobríssemos o que de veras aconteceu só no desfecho.

JP Delaney se mostrou entendido em diversos assuntos para compor a trama. Pela primeira vez na vida vi um escritor citar a terapia EMDR, ainda tão pouco conhecida por profissionais, que dirá pela população. Delaney também foi preciso ao relatar as minúcias da gravidez, os exames gestacionais e as opções de parto. Isso sem falar das construções arquitetônicas diferenciadas e da tecnologia aplicada às casas inteligentes. Mas ele arrasou mesmo ao criar personagens mentirosos compulsivos. Foi chocante observar no quanto é fácil para eles mentirem e pior, acreditarem em suas próprias fantasias. Terrível perceber que pessoas assim existem no mundo real.

Também adorei a composição de Edward, um personagem que me lembrou tanto de Christian Grey e que me deixou na dúvida de se eu gostava dele ou não.

Tratando de temas como a perda, a necessidade de recomeçar abrindo mão do que passou, a dificuldade de se relacionar com as pessoas e um modo de viver mais minimalista e inteligente, Quem era ela misturou ação, com um suspense de tirar o fôlego e uma investigação criminal que me deixou de cabelo em pé.

E por mais que a casa tenha se mostrado como uma das vilãs, por ter bagunçado a cabeça de muita gente, confesso que adoraria ter tido condições de morar nela e de me aperfeiçoar como ser humano a partir das experiências proporcionadas por sua modernidade.

Mais do que recomendo esta leitura. Estou no momento sofrendo de uma grande ressaca literária. Entreguem-se à Quem era ela e embarquem neste thriller eletrizante.

Quem era ela - JP Delaney
Editora Intrínseca
336 páginas
Comprar: Saraiva / Amazon
Nota 5

8 comentários

  1. Adoro leituras desse gênero e o livro parece estar com tudo! Só vi coisa boa dele até agora e me animei pra ler. A história parece ser muito boa de acompanhar, cheia de mistério, uma boa investigação pra deixar a gente instigado e curioso e com ação pra não perder a graça e dar uma certa adrenalina a mais, aquela ânsia de descobrir como termina. Gostei desse negócio de não saber nem se as coisas são de verdade, se é tudo mentira...deixa a história ainda melhor. A mistura parece boa de ler e faz a gente continuar num ritmo bom pelo visto. Se for assim mesmo vai ser uma leitura muito boa pra mim também. Quero muito ler ^^

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  2. Olá, vejo que o livro é viciante, com uma narrativa fluída e muito bem construída. A história é bem misterioso, o que só reforça minha vontade de ler. Beijos.

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  3. Parece ser uma história bem diferente e bastante interessante.
    Além de me parecer ser uma trama muito bem construída!
    Não sou de ler thrillers, confesso que tento me manter um pouco afastada desse gênero, mas sua resenha me deixou bem curiosa.
    Fiquei bastante afim de desvendar todo esse mistério.
    Adorei que a editora selecionou leitores dignos para esse livro haha
    Beijos,
    Caroline Garcia

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  4. Mi!
    Nossa! Deve mesmo ser um thriller bem eletrizante, trazendo até terapia EMDR, coisa difícil de se ver em livros de 'fantasia', encontramos apenas em literatura específica de psicologia e/ou psiquiatria.
    E pelo visto o autor se utilizou de muita tecnologia e de outras ciências para construir um livro bem desenvolvido, onde a própria casa se torna uma protagonista atuante.
    Gostei!
    “Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la.” (Cícero)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP Comentarista de MARÇO, livros + KIT DE PAPELARIA e 3 ganhadores, participem!

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  5. Oi Mi.
    Fiquei bastante curiosa para conferir o livro, essa me parece ser um leitura interessante, a cosia toda de fazer tanto sacrifício para morar na casa é bem bizarro, fiquei curiosa para saber o desfecho.
    Bjs.

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  6. Não é um livro que eu pegaria para ler, não curto thriller.

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  7. Pela leitura que fiz de sua resenha, já deu para ver que se trata de um thriler eletrizante e cheio de mistérios. Gosto desse tipo de leitura. Fiquei muito curiosa e já coloquei o livro na listinha. Parabéns pela resenha.

    mgrezender@gmail.com

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  8. Amo/sou thriller e preciso desse livro pra ontem!
    Achei muito interessante a forma como a editora escolheu quem receberia o livro :D parabéns por ter sido uma das selecionadas!
    Olha, eu me identifiquei demais com isso: "Tratando de temas como a perda, a necessidade de recomeçar abrindo mão do que passou, a dificuldade de se relacionar com as pessoas e um modo de viver mais minimalista e inteligente" porque definitivamente isso descreve quem sou e o que sinto que preciso para viver melhor. Já está na lista, mas vou passar na frente dos outros porque sou dessas kkkkk

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