Sinopse: "Tetê acaba de se mudar com a família toda para Copacabana, no Rio de Janeiro, para a casa dos avós. O lindo e espaçoso apartamento da Barra da Tijuca em que morava teve que ser vendido, pois com a crise o pai foi demitido, e o resultado é que a vida dela virou de cabeça para baixo. Além de perder a privacidade, tendo que dividir o espaço com cinco parentes malucos que brigam o tempo todo, ela perdeu todas as suas referências. A única coisa que a deixa feliz é cozinhar. E, claro, comer as delícias que faz. O lado bom foi se livrar do antigo colégio, no qual sofria bullying por causa de seu jeito peculiar. Sem contar sua desilusão amorosa... O problema é que ela está apavorada, porque agora tudo será novo e estranho, com o ensino médio, com a nova escola, e sem conhecer ninguém. E morre de medo de ser excluída ou de sofrer bullying novamente. Ela está bem mal, para dizer a verdade. Ou talvez seja um pouco de drama, porque já no primeiro dia as coisas parecem ser um pouco diferentes... Pelo jeito, tudo vai mudar, e para melhor."
Oi gente, aqui é o Leo, e hoje trago para vocês mais uma resenha em dupla, dessa vez com a Giulia, do Blog Prazer, Me Chamo Livro. O legal deste tipo de resenha é que na parte da crítica vocês podem acompanhar a opinião de nós dois. Vamos lá:
Tetê é o apelido de Teanira, uma adolescente de 15 anos que acabou de se mudar da Barra para Copacabana, pois o pai perdeu o emprego e porque eles precisaram ir morar com os avós para contornar a situação de aperto financeiro. O cenário familiar no qual ela se encontrava não era nada promissor: os pais estavam a beira da separação, a sua avó adorava se meter em tudo; o seu bisavô, que estava meio surdo, dividia o quarto com ela e mal a deixava dormir de tanto que roncava e, bem, só o avô que parecia se salvar dessa maluquice toda.
Para piorar, sua mãe estava convencida de que Tetê precisava de um terapeuta, afinal, ela não podia ser muito normal, já que adorava músicas tristes, estava sempre chorando pelos cantos e só se sentia realizada na cozinha, onde fazia quitutes que ao menos enchia a boca de todos com alguns elogios.
Tetê nunca teve muitos amigos, sempre foi invisível aos olhos dos colegas, mas essa condição não se manteve por muito tempo, já que acabou se insinuando para um menino que jurava que gostava dela e, com isso, se tornou alvo de inúmeras chacotas e de quebra sofreu a sua primeira decepção amorosa.
Além disso, Tetê também sofria bullying em casa, já que era constantemente ridicularizada pela sua família em razão de sua aparência um tanto quanto peculiar e desleixada, algo que não colaborava para a sua baixa auto-estima. Todo este drama foi relatado ao psicólogo que começou a frequentar, um pouco relutante, e que lhe dava respostas que não pareciam ser satisfatórias.
O ano letivo estava se aproximando e Tetê temia pelo seu primeiro dia de aula. Qual não foi a sua surpresa quando se sentou ao lado de um estudante que parecia ser tão nerd e tão deslocado quanto ela. Tetê ficou feliz da vida, quem sabe agora ela não poderia ter um amigo e formar a turma dos excluídos? Mas é claro que ela tinha que se apaixonar pelo cara mais lindo do colégio que, apesar de ser super bacana, namorava a patricinha mais intragável do lugar, que era seguida por duas amigas baba-ovo. A partir de então, Tetê decidiu mudar o visual e a sua postura e passou a atrair os olhares das pessoas que até então a ignoravam.
Querem saber o que vai acontecer? Então leiam!
Para piorar, sua mãe estava convencida de que Tetê precisava de um terapeuta, afinal, ela não podia ser muito normal, já que adorava músicas tristes, estava sempre chorando pelos cantos e só se sentia realizada na cozinha, onde fazia quitutes que ao menos enchia a boca de todos com alguns elogios.
Tetê nunca teve muitos amigos, sempre foi invisível aos olhos dos colegas, mas essa condição não se manteve por muito tempo, já que acabou se insinuando para um menino que jurava que gostava dela e, com isso, se tornou alvo de inúmeras chacotas e de quebra sofreu a sua primeira decepção amorosa.
Além disso, Tetê também sofria bullying em casa, já que era constantemente ridicularizada pela sua família em razão de sua aparência um tanto quanto peculiar e desleixada, algo que não colaborava para a sua baixa auto-estima. Todo este drama foi relatado ao psicólogo que começou a frequentar, um pouco relutante, e que lhe dava respostas que não pareciam ser satisfatórias.
O ano letivo estava se aproximando e Tetê temia pelo seu primeiro dia de aula. Qual não foi a sua surpresa quando se sentou ao lado de um estudante que parecia ser tão nerd e tão deslocado quanto ela. Tetê ficou feliz da vida, quem sabe agora ela não poderia ter um amigo e formar a turma dos excluídos? Mas é claro que ela tinha que se apaixonar pelo cara mais lindo do colégio que, apesar de ser super bacana, namorava a patricinha mais intragável do lugar, que era seguida por duas amigas baba-ovo. A partir de então, Tetê decidiu mudar o visual e a sua postura e passou a atrair os olhares das pessoas que até então a ignoravam.
Querem saber o que vai acontecer? Então leiam!
***
LEO: Impossível não começar a crítica dizendo: Qualquer semelhança não é mera coincidência. Pois é, pelo resumo que fizemos vocês não tiveram a sensação de que essa parece ser uma típica história de filmes americanos? Só o final que foi um pouquinho diferente, até porque se fosse igual não teria por que virar livro. Como pude imaginar, Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática tem uma trama bem adolescente e bastante superficial.
Contado em primeira pessoa, por Tetê, ficamos logo por dentro de todos os seus pensamentos e inseguranças e achei a sua narrativa muito, muito, muito forçada! A personagem começa chata,
muito sem noção e, ao contrário do título, é extremamente dramática e exagerada. O
início foi enfadonho demais e precisei insistir para não abandonar a leitura, porque a vontade foi grande, porém, a curiosidade também, e eu fiquei com vontade de ver onde a Thalita ia chegar com aquela novela toda de patinho feio, extremamente previsível.
Nesse sentido, o que mais me incomodou na escrita da autora foi justamente o estereótipo criado para a protagonista. Tetê é a clássica menina vítima de zoação, no estilo Betty, a Feia: gordinha, que usa um óculos feio, tem dente torto, espinha no rosto e pelos por todo o corpo. Zeca é o melhor amigo gay que é cheio de trejeitos, e não quero entrar muito nessa questão, pois me incomoda o fato de os gays serem sempre representados por personagens escandalosos. Davi é o amigo nerd que também se veste mal e tem dificuldades de relacionamento.
Vamos falar agora dos personagens bonitos? Erick é o gente boa e lindo, que defende a pobre menina das atrocidades acometidas pela namorada. Valentina, por sua vez, é a perfeita patricinha, que tem um corpo escultural, sem nenhuma celulite, mas que possui um cérebro menor do que a saia que veste, outro clichê utilizado no enredo e que já estamos cansados de ver por aí.
GIULIA: Apesar disso tudo, não podemos negar que Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática trabalha muito bem a questão do bullying, um tema sério e importante que deve ser sempre discutido por todos. Além dos personagens já citados, tem uma com a qual me identifiquei demais, que tem os seios grandes e é ridicularizada por conta deles, chamada inclusive de melancia, coitada, como se ela tivesse decidido nascer assim ou pudesse fazer algo para mudar o seu tipo físico, ou pior, como se isso fosse o bastante para ser avacalhada por ser quem é.
Outros pontos que me incomodaram referem-se à transformação do visual de Tetê, que foi o start para a mudança de visão que ela tinha de si mesma. Tive a sensação de que foi feita de maneira debochada, principalmente no modo que a autora tratou de algumas "vaidades", me colocando para pensar. É sabido que o público-alvo do livro são meninas adolescentes (ainda que haja meninos e pessoas de outras idades que o lerão) e, o tempo inteiro, Thalita zomba das sobrancelhas não depiladas ou daquelas que são juntas, no estilo monocelha; das pernas cabeludas, cabelos não tratados, roupas que não estão na moda, dentes tortos, etc, dando um foco muito grande na aparência dos adolescentes, que pelo visto, de acordo com ela, deviam fazer parte de um padrão para que fossem mais aceitos pela sociedade, ao invés de se preocupar com o interior de cada um.
Não estou dizendo que seja errado ser vaidosa ou se cuidar, mas acredito que cada um tem a liberdade de escolher o que fazer e SE vai fazer, afinal, não devemos ser julgados pela nossa imagem, já que não é isso que nos define. Isso sem falar que o discurso "tudo bem ser acima do peso, só não pode ser muito gordo" estava ali presente. Durante a leitura, voltei aos meus 15 anos e me lembrei de que nessa idade eu era ainda mais gordinha e minha mãe não me deixava separar as sobrancelhas e nem depilar a perna; como será que eu ia me sentir se lá atrás tivesse lido Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática?
Outros pontos que me incomodaram referem-se à transformação do visual de Tetê, que foi o start para a mudança de visão que ela tinha de si mesma. Tive a sensação de que foi feita de maneira debochada, principalmente no modo que a autora tratou de algumas "vaidades", me colocando para pensar. É sabido que o público-alvo do livro são meninas adolescentes (ainda que haja meninos e pessoas de outras idades que o lerão) e, o tempo inteiro, Thalita zomba das sobrancelhas não depiladas ou daquelas que são juntas, no estilo monocelha; das pernas cabeludas, cabelos não tratados, roupas que não estão na moda, dentes tortos, etc, dando um foco muito grande na aparência dos adolescentes, que pelo visto, de acordo com ela, deviam fazer parte de um padrão para que fossem mais aceitos pela sociedade, ao invés de se preocupar com o interior de cada um.
Não estou dizendo que seja errado ser vaidosa ou se cuidar, mas acredito que cada um tem a liberdade de escolher o que fazer e SE vai fazer, afinal, não devemos ser julgados pela nossa imagem, já que não é isso que nos define. Isso sem falar que o discurso "tudo bem ser acima do peso, só não pode ser muito gordo" estava ali presente. Durante a leitura, voltei aos meus 15 anos e me lembrei de que nessa idade eu era ainda mais gordinha e minha mãe não me deixava separar as sobrancelhas e nem depilar a perna; como será que eu ia me sentir se lá atrás tivesse lido Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática?
LEO: E não foi só a Tetê que sofreu essa pressão, os meninos também tinham que estar bonitos
para chamar a atenção, ou pelo menos bem vestidos, senão também sofriam uma repaginada no visual.
Mas ok, não se assustem, nem tudo é ruim. Gostei
muito do contexto familiar no qual o Davi foi inserido. Ele mora com os avós porque perdeu
os pais. Desse núcleo saíram as cenas mais emocionantes e com as
melhores lições. A essa parte só há elogios, inclusive pelos vários
momentos de reflexão ali contidos e pelo coração apertado com o qual fiquei durante as páginas viradas.
Outro ponto alto da obra foram as receitas colocadas em meio à trama. Como já dito anteriormente, Tetê adora cozinhar e, sempre que cita alguma comida, nos ensina a fazer. As receitas são super fáceis, daquelas que até quem só sabe fazer miojo conseguiria dar conta. Tem gordice e coisa diet, tudo de dar água na boca. Confesso que váááárias vezes minha vontade foi de largar o livro e correr para a cozinha, mas a dieta na qual estou não me permitiu.
GIULIA: Sei que não faço parte do público-alvo do livro, e isso provavelmente foi um dos motivos pelos quais não aproveitei tanto a leitura, mas justamente por ter essa visão de gente "mais velha" que me preocupei, principalmente quanto a tratativa do bullying e da vingança existente no contexto. E, vamos combinar, precisava mesmo ter um boy no fim? Não dava para ela se descobrir linda e ter amor-próprio sozinha? Por que sua felicidade completa tinha que depender de um homem?
LEO: Quanto à edição, a capa é linda, mas não consegui enxergar a Tetê nessa ilustração. A parte interna está ainda mais diva, com desenhos e uma diagramação para lá de especial nas receitas e nas mensagens de WhatsApp trocadas.
GIULIA: Não recomendaria esta leitura para a Giulia de dez anos atrás e tenho medo de como as meninas de hoje vão encarar essa história. Em tempos de tanto empoderamento feminino, é preciso ter muito cuidado para o discurso de valorização da mulher não sair pela culatra, a ponto de ao final acabar objetificando-a como, na minha opinião, aconteceu neste caso. Só posso concluir a resenha dizendo "leiam e tirem as suas próprias conclusões".
Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática - Thalita Rebouças
Editora ArqueiroConfissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática - Thalita Rebouças
272 páginas
Comprar: Saraiva / Amazon
Nota 2
Oi Leonardo e Giulia!
ResponderExcluirMeu, que resenha! Eu estava muito curiosa para ler este livro, nunca li nada da autora e pensei que seria, pelo menos, uma leitura agradável... ledo engano.
Infelizmente, creio quea autora tenha tentado criar um livro divertido, mas acabou pisando na bola... enfim, ainda quero lê-lo para tirar minhas conclusões, mas já adianto que não estou mais tão empolgada assim.
Ótima resenha! Parabéns aos dois!
Bjo bjo^^
Oi Leo e Giulia.
ResponderExcluirEu gosto dos livros da Thalita, acho-os bem divertidos, ainda mais a coleção Fala série, mas vejo alguns preconceitos dela mesmo no livro.
Que foi o que vocês disseram, as histórias dela são bem legais e bem humoradas, e até com cenas verdadeiras. O que me incomoda é o fato de ser frisado o que devemos usar, os cuidados físicos e tal, coisas que não são influenciáveis no caráter de alguém e vai da vontade de cada um, e pelo jeito nesse livro foi bem assim, bem superficial até.
Quero ler, mas não sei se vou gostar, hein.
Sou chata demais pra esses estereótipos.
bjss
Eu conhecia sobre o livro porém não tinha lido nenhuma resenha sobre ele.
ResponderExcluire apaixonei pelo enredo e quero muito conferir, ainda mais pela personagem frequentar um psicologo, envolver bullyng e tal. Com certeza vai para a minha listinha de compras.