Resenha - O Sangue do Cordeiro

Sinopse: "Ao ler essas palavras em uma carta encontrada em um arquivo empoeirado, Thomas Kelly fica cético. O documento citado na correspondência está desaparecido, mas Thomas, padre da ordem dos jesuítas, duvida que exista algo com tal poder – até ser convocado ao Vaticano para iniciar uma busca desesperada por ele. Enquanto isso, diante de um conselho formado por seus superiores, Livia Pietro recebe instruções claras: encontrar um padre jesuíta recém-chegado a Roma e juntar-se a ele na procura da Concordata, um tratado que contém um segredo tão chocante que poderá destruir para sempre todo o povo de Livia. Enquanto pistas cifradas do passado lançam os dois em um universo traiçoeiro repleto de obras de arte, maquinações religiosas e conspirações, eles são caçados por pessoas capazes de tudo para achar o documento primeiro. Thomas e Livia, então, precisam correr para montar o quebra-cabeça capaz de redefinir os rumos da história e evitar o caos e a destruição que a revelação da Concordata poderá causar. Livia, porém, tem um segredo: ela e seu povo são vampiros. Com uma narrativa que remete ao estilo de Dan Brown e ao terror sobrenatural de Anne Rice, O sangue do cordeiro é uma viagem inesquecível a um passado inimaginável."

O padre Thomas Kelly encontra nos arquivos transcendentalistas de Londres uma carta que o poeta antipapista Mario Damiani enviou para uma amiga mais de 150 anos atrás. Segundo a carta, durante o levante do povo italiano contra a Igreja, Mario havia roubado um tratado do Vaticano com o objetivo de expor um segredo que abalaria aquela instituição.

Assim que padre Lorenzo assume o cargo de bibliotecário e arquivista do Vaticano, decide convocar o padre Thomas para trabalhar com ele. O novo e importante ofício era o sonho da vida de Lorenzo Cossa e agora ele pretendia organizar a bagunça instaurada ao longo dos anos e encontrar uma Concordata desaparecida: um documento que coloca em risco a existência da Igreja como conhecida hoje. Thomas recebe, assim, a tarefa de rastrear a Concordata e devolvê-la à segurança mantendo assim o seu sigilo.

Lívia Pietro é chamada para comparecer ao conclave e isso nunca significa algo bom. Da primeira vez, Lívia fora severamente repreendida por iniciar Jonah Richter sem permissão. Agora, Jonah mais uma vez é a razão por ela estar ali. Após abandoná-la há alguns anos e desaparecer, ele ressurge através de uma carta ao conclave na qual ameaça: ou eles tornam público o conteúdo da Concordata, ou ele o fará. A Concordata, de acordo com Jonah, restringe os Noantri, e já é hora de eles irem à luz.

Com um curto prazo em mãos, Lívia precisa encontrar a Concordata e matar Jonah. Esta é sua missão e seu castigo. Para tanto, ela deve se aproximar do padre Thomas, incumbido pelo Vaticano de localizar a Concordata, e partir em uma cruzada cujo resultado é imprevisível e os inimigos, incontáveis.

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Se vocês gostam de um bom mistério, este é o livro para vocês. Quando li a frase “Este documento, querida amiga, vai abalar a Igreja”, entrei em desespero, berrando para os quatro cantos: PRECISO DESSE LIVRO! Mistérios envolvendo séculos de segredos e uma caçada por importantes objetos perdidos eram tudo o que eu precisava, e acabei ganhando ainda mais!

Sam Cabot é o pseudônimo dos autores Carlos Dews e S.J. Rozan, que se uniram para criar esta obra muito bem escrita e com um enredo criativo e fantástico. A busca pela Concordata em si segue pistas não tão elaboradas e acredito que Dews e Rozan poderiam ter se esforçado um pouco mais para que elas não fossem tão óbvias e fáceis, mas exceto por isso, o livro é perfeito.

Narrado em terceira pessoa, ele acompanha diferentes personagens ao longo da história, e eles são MUITOS. A princípio, fiquei um pouco perdida entre quem era da polícia Italiana, quem era da polícia do Vaticano, quem era Noantri e de qual facção, e por aí vai. Ah, pois é, existem diferentes facções de Noantri atrás do documento e em sua maioria, estão dispostas a eliminar quem for necessário para chegar à Concordata primeiro. Preciso dizer que isso deixa as coisas mais interessantes?

Com uma escrita detalhista, os autores fazem uma boa apresentação dos personagens, apesar de muitas vezes estas informações não serem relevantes para a história em si, mas ajudam o leitor a conhecer as motivações de cada um para desempenhar seu papel na trama cujo ápice é de tirar o fôlego.

E os “Noantri” são outro grande acerto de Dews e Rozan. Este povo, cuja identidade é cercada de mistérios por boa parte do livro, é ao mesmo tempo semelhante e diferente do que conhecemos na literatura. Eles possuem características novas, mas o que mais gostei foi a história deste povo e de como se estabeleceram na realidade atual da obra. Não vou falar mais para não dar spoilers, mas acredito que mesmo quem não é fã do gênero irá gostar de O Sangue do Cordeiro.

Nas últimas páginas, quando eu imaginava que tudo havia acabado e não haveria mais surpresas, algo surpreendente se revela e, após fazer cara de boba por alguns segundos, minha vontade era de fazer a dancinha da vitória cantarolando "YES!! YES!!! YES!!!!!”. Eu iria adorar se não se tratasse apenas de ficção.

A capa do exemplar é belíssima, com um céu vermelho sangue sobre um cenário Romano, onde a história se desenvolve. Um mapa de Roma e outro de Trastevere nas primeiras páginas auxiliam o leitor a se localizar durante os avanços dos personagens na busca pelo documento perdido e nas várias cenas de fuga. Considero mapas sempre válidos. As páginas são amareladas, os capítulos curtos tornam a leitura mais dinâmica e o espaçamento entre letras é simples. Uma leitura fácil e emocionante, sem dúvidas. 

O Sangue do Cordeiro - Sam Cabot

Editora Arqueiro
368 páginas
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