Sinopse: "Quando grande parte da população do Texas foi dizimada por um vírus, os
seres humanos começaram a retornar da morte. Os Reboots eram mais
fortes, mais rápidos e quase invencíveis. E esse foi o destino de Wren
Connolly, conhecida como 178, a Reboot mais implacável da CRAH, a
Corporação de Repovoamento e Avanço Humano. Como a mais forte, Wren pode
escolher quem treinar, e sempre opta pelos Reboots de número mais alto,
que têm maior potencial. No entanto, quando a nova leva de novatos
chega à CRAH, um simples 22 chama sua atenção, e, a partir do momento
que a convivência com o novato faz com que ela comece a questionar a
própria vida, a realidade dos reinicializados começa a mudar."
Um novo tipo de vírus respiratório comum em crianças se
alastrou pelo país. O KDH matava a maioria das pessoas, mas reinicializava
jovens e sujeitos mais fortes que alguma vez na vida tivessem tido contato com
a doença e morressem por um motivo qualquer. Eles retornavam à vida como
uma espécie de super-indivíduo, todavia, o tempo que permaneciam mortos definia
o quanto de humanidade lhes restava.
Os renascidos receberam o nome de Reboots e, após uma
revolta contra os seres humanos, acabaram escravizados e prestando serviços ao CRAH,
Corporação de Repovoamento e Avanço Humano, cujo objetivo era controlar a
epidemia de KDH que havia reduzido a população a cinco conglomerados urbanos no
Estado do Texas, além de manter a ordem utilizando os serviços dos Reboots, que
eram fortes, rápidos e praticamente invencíveis.
Wren demorou 178 minutos para ressuscitar após sua morte. Isso
a tornava a Reboot mais poderosa, fria e sem emoções de que já tinham ouvido
falar. Ela era implacável em suas missões e também uma exímia treinadora. Seus
alunos possuíam a maior taxa de sobrevivência entre os Reboots novatos das
instalações do CRAH. Wren, é claro, sempre treinava os novatos com maior
numeração, como ela.
Quando Ever, sua colega de cela, começou a ter surtos nos
quais passou a agir de forma quase animalesca, Wren questionou pela primeira
vez o que o sistema estaria fazendo com os Reboots. Nesta mesma época, o novato Callum Reyes, um
mero 22, praticamente um humano, passou a intrigar Wren. Ninguém nunca a
tocava. Ninguém fazia piadas com ela. Ninguém a desafiava. Callum 22 não
conhecia as regras e parecia não temer a 178. Talvez devesse.
Desafiada por Callum a treinar um Reboot de número inferior,
Wren decidiu pôr-se à prova e assumir o aluno pouco promissor. A convivência
com o sorridente e irônico 22 somada às noites em claro tomando conta da instável
colega de cela passaram a instigar sentimentos que Wren jamais pensava ser
possíveis, e uma Reboot 178 questionando o sistema promete abalar a aparente
paz instaurada pela CRAH.
***
Reboot foi o primeiro livro escrito por Amy Tintera e é também
o primeiro dela a desembarcar no Brasil. Sua sequência, Rebel, foi lançada ano
passado nos Estados Unidos e ficamos na torcida para que chegue logo por aqui,
afinal, Reboot nos trouxe um mundo distópico muito diferente e interessante deixando
quem o lê logo querendo mais.
A história, narrada em primeira pessoa por Wren, começa em
um ritmo apaixonante. Wren é fria, sucinta e insensível. No meu humilde
conceito, perfeita. Seus pensamentos são descritos com frases curtas,
oferecendo pouca humanidade à personagem. Nos poucos momentos em que ela
demonstra algum tipo de reação emotiva a algo, ela soa como “Eu quase sorri.
Quase.” Durante as primeiras páginas eu podia visualizá-la como uma espécie de
exterminadora do futuro, bem no estilo Schwarzenegger.
As cidades que restaram foram divididas entre Favela, composta
pela população pobre; e Rico, local habitado pelos mais abastados. A maior
parte da história se passa entre a Favela e as instalações da CRAH, onde os
Reboots vivem e no lugar em que também é realizado todo o trabalho de pesquisa
da organização. O serviço dos Reboots dentro da CRAH consiste, basicamente, em
realizar o trabalho sujo, saindo em missões para prender criminosos, capturar
Reboots reiniciados que não se apresentaram voluntariamente e impor a lei.
Ao longo da história são apresentados Reboots de múltiplas
numerações, demonstrando a diferença no nível de sentimentos que existe entre
eles conforme o tempo que demoraram para reinicializar. Enquanto Wren é um poço
de indiferença ao mundo, Ever, por exemplo, é amiga, animada e sensível. Estas
características são comuns aos Reboots que demoraram menos de 60 minutos para
ressuscitar, e ainda mais latentes em Callum que, com meros 22 minutos, é
espirituoso, sarcástico e nada sutil. Sim, ele é do tipo que encanta por sua
sagacidade e jeito engraçado e provocador. Convenhamos, nem mesmo Wren consegue
ficar imune a ele, imaginem nós.
Amy construiu uma distopia muito bem amarrada, com uma
ambientação bem elaborada e personagens com características marcantes. Gostei
muito da história e devorei vorazmente a primeira metade do livro. Entretanto,
senti uma mudança muito grande e repentina na personalidade da protagonista no
momento em que ela começou a sentir raiva, culpa e a ter questionamentos, e
isso fez com que o ritmo do livro fosse alterado. Em um momento temos uma Wren
fria e de poucas palavras e depois uma adolescente como qualquer outra. Foi
como se, do nada, todos os Reboots se tornassem jovens cheios de emoções e com
armas. Para onde foi a frieza Reboot?
Outra coisa que me incomodou foi o fato de ter me deparado
com a típica cena em que um personagem sai pilotando uma aeronave sem
conhecimento nenhum, apenas utilizando-se de instruções desenhadas rapidamente
em uma folha de papel. Reboots são super fortes, mas não mega inteligentes. Porém isso não afetou a história a ponto de eu ter deixado de gostar dela. Existem
algumas poucas incoerências, sim, mas de modo geral é uma obra que eu adoraria
ver nas telonas. Seria um filme de ação no estilo Divergente e sei que
angariaria fãs de diferentes idades e gêneros. Talvez possamos ver isso se
tornar realidade em breve, afinal, os direitos de Reboot já foram vendidos e
Lindsay Devlin está a cargo do roteiro. Dedos cruzados!
A respeito do exemplar, visualmente é bastante simples e
bonito. Adoro livros com capa preta e os detalhes em vermelho formando os
códigos de barras que os Reboots possuem nos braços deu o toque de suspense e
ação que são a cara do livro. A diagramação é simples e pelo formato ser mais
estreito oferece um ritmo maior à leitura. Para fãs de distopia e ação, é um
prato cheio!
Reboot - Amy Tintera
Livro 01
Editora Galera
352 páginas
Comprar: Saraiva




352 páginas
Comprar: Saraiva
Descobri esse livro quando tu o adicionasse a tua estante do Skoob, Dany, e desde então fiquei curioso sobre ele. Pela resenha gostei e agora quero muito lê-lo.
ResponderExcluirAutor de A PÁGINA CERTA
www.laplacecavalcanti.com
Gostei do título e da ideia, cada vez mais me interesso por distopias. Achei a capa linda e a sinopse chamou minha atenção! Tomara que lancem o segundo volume aqui no Brasil.
ResponderExcluirOlá, Dany
ResponderExcluirLi sua resenha e fiquei bem interessada no livro. Coloquei na minha lista de desejados, quero muito conhecer está história detalhadamente.
Bjos
http://historiasexistemparaseremcontadas.blogspot.com.br/